25.2.06

do avesso I

Num lugar por aí descobri um vidro. Descobri que vagueio sem rumo, nem fim, do lado de cá. E estou. E sou. Por vezes, olho um pouco mais alto. Por vezes dou de caras com um vulto. Olho por esse vidro. Alguém se passeia, do outro lado. Alguém que vai deixando marcas. E eu vou apanhando, procurando, seguindo fragmentos desses passeios. E vou tomando essas marcas como tatuagens na minha alma. Vou parando a cada momento para te saborear. Em cada momento que vivo. Eu, aqui. Tu, do outro lado do vidro.