o homem-aranha
Alguém andava por cá, a brincar com as suas próprias ideias. Tecendo teias. Com as reais, juntando as surreais e envolvendo-se em surreais. Foi tecendo, como uma aranha que todos os dias reconstrói a sua teia. Tornou-se numa obsessão. As ideias já não o eram. Eram como que fantasmas devoradores de matéria, mas da sua própria matéria. E a teia que tecera era, afinal, uma armadilha para si mesmo. Era quente, confortável, mas impossível de romper. E ia, dia após dia, sendo digerido. Ia, ideia, após ideia, sendo anestesiado e devorado por si mesmo.
Final? Não se sabe. Sabe-se apenas que lhe era impossível viver sem pensar. Pensar o quê?
O que qualquer um pensa por aqui.
2 Comments:
A clarividência das tuas observações por vezes quase que chega a ser assustadora. é como a expressão de "cavou a própria sepultura", "deitou-se na cama que fez" e outras demais semelhantes.
bom há uma coisa boa para destruir teias de aranha, umas belas de umas vassouradas resolvem o problema.
Penso logo existo... viver sem pensar é não viver estando vivo...
por isso continua a pensar.
pensar o quê? é simples: Que eu sou uma pessoa fantástica!! lololol
epá, o texto tem um erro...em vez do q está, devia estar "Com as reais, juntando as irreais e envolvendo-se em surreais." ideias não-reais, portanto...nada d mais.
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