14.11.11

virus





Clarões de luz batem na janela. Finjo que não os oiço. Os trovões estremecem, e eu finjo que ignoro os pêlos eriçados do gato. Pedem-me que descreva o que sinto.


Não sei bem o que é.


Um fio de dor a escorrer do sobrolho esquerdo. Um beliscão dormente no pulso direito. Chuva nos meus olhos e raios e trovões dentro de mim.


Não sei bem o que é.


É tarde, e longe. Talvez só saiba o que foi, quando amanhecer um dia um sol que arraste atrás de si um céu azul.






Ainda é Outono.