29.11.05

ode à morte das células cerebrais alheias

Era uma vez cinco amigos da vida airada, chamados Qualquer Um, Alguém, Toda a Gente, Ninguém e Deixa Andar. Viviam todos no mundo da Inércia. Como é bom de ver, eram bons compinchas quando estavam juntos e, ou não vivessem eles sob as leis da Inércia, achavam que não iriam deixar de estar juntos tão cedo. Não obstante, os nossos amigos desta ode acharam (e muito bem) que deviam fazer um pleno uso das potencialidades tecnológicas das redes e afins para que mesmo estando juntos pudessem estar em contacto uns com os outros. Acontece porém que a Inércia era um grande lugar para eles viverem, e por isso cada um morava no seu canto e trabalhava noutro. E assim andavam felizes. Até ao dia em que perceberam que o mundo em que viviam se chamava Inércia. Ó diabo. As leis (que como todos sabem, são para se cumprir) mandavam que todos ficassem no seu canto, porque se tornava insustentável tanta mobilidade na Inércia. E depois, dizia a sabedoria popular ( que vale mais que lei) que é de bom tom pedir licença a um pé para mexer o outro. Pior, aconteceu o imponderável: os nossos amigos não notaram que as redes que os rodeavam eram pura ilusão. Assim, foram-se quedando pelos seus respectivos cantos, na ilusão de que continuavam em contacto uns com os outros. Toda a Gente sentia-se tão bem no seu canto. Ninguém nunca sabia onde andava Toda a Gente. Alguém até nem se importava de ir ter com Qualquer Um, mas... acabava por fazer como Deixa Andar. A páginas tantas, Toda a gente começou a achar que Ninguém se importava com nada. Até que Alguém se lembrou de voltar a fazer pleno uso das potencialidades tecnológicas das redes (ilusórias) para dizer o que pensava.
Fim.
Moral da história: ainda bem que Ninguém era moralista e tinha o seu próprio blog...

1 Comments:

Anonymous Anónimo retorquiu porém...

O triste foi Alguém ter magoado Qualquer Um e a Inércia estar a dar lugar a algo que não é tão passivo quanto Toda a Gente quereria...

30/11/05 11:27 da manhã  

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