19.9.06

o que eu queria

Era saber que antes de o ser já o tinha sido, era ir andando por estradas verdes de árvores e azuis de mar, em curvas e contra-curvas até chegar enjoada lá ao cimo da Terra, era levantar as saias e puxar as meias quando bem me apetecesse, era parar num semáforo verde só para escutar a tua música, era poder pegar nessas mãos a propósito de nada, era não saber onde estou nem me importar com isso porque haveria sempre uma cama e uma refeição mais cedo ou mais tarde, era atender o telefone a jurar que andava um touro de um só olho a passear pela sala como se desde sempre tivéssemos criado touros cá em casa, era encontrar-vos sem vos esperar, sem sequer me lembrar dos vossos nomes e mesmo assim sentir a vossa falta como se não voltasse a acordar amanhã, como se não voltasse a sentir o Sol a queimar-me as costas nem aquelas letras a arrepiar-me a pele, como se de repente tudo se desvirtuasse e, sem mais, reparasse na queda livre em que me meti sem entender de que abismo me atirei.


Mas nada disso interessa.
Ninguém sabe. Sshhiu.

3 Comments:

Anonymous Anónimo retorquiu porém...

Interessa porque é bonito. Diz só baixinho para ficar só teu!

20/9/06 11:13 da manhã  
Blogger Funny retorquiu porém...

"Certo dia, eu vinha da universidade, de carro e trazia comigo algumas colegas da pós-graduação em Filosofia. Quando lhes falava sobre a vida, dizendo que a vida é uma festa, que a vida esta aí de braços abertos para nos acolher carinhosamente e nos oferecer todas as dádivas, uma colega disse-me:

- Lauro, você vive no mundo dos sonhos.
- É verdade - respondi-lhe de imediato - vivo no mundo dos sonhos porque eu sei que qualquer sonho em que se acredite se torna realidade. (...)"

in o Poder da Mente 2, de Lauro Traviso

21/9/06 11:15 da tarde  
Blogger bastard_o retorquiu porém...

andas a ler livros muito esotéricos... :P

21/9/06 11:48 da tarde  

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