23.7.09

em rascunho


No meio de toda aquela multidão, dos tambores, distorções e vozes anónimas, perceberam que nunca tinham existido. Olharam-se e viram como, para cair no espaço de tudo entre os dois, ambos puxavam um muro de betão. Armado. E pré-esforçado, nos tempos mais duros. Entremeando gritos e pratos e vestidos grotescos, anuiram que tudo o que lhes tinha acontecido nunca servira para nada. As recordações não existiam, as lembranças eram auto-recomendações advertindo da possibilidade de repetição de todos os maus momentos acumulados. Da certeza de encontrar na memória todos os maus momentos acumulados.


Pratos, cordas. Pó. Lixo no chão. A glorious day, ouviu-se cantar.


Maus momentos. Pensou-se ouvir.