3.9.10

domingo no mundo



Eles eram como lavas de um mesmo vulcão. Ou como ondas sísmicas. Espalhavam-se, percorriam o seu prórpio caminho, mas provinham todos de uma mesma origem, um mesmo hipocentro. Apesar de tanto caminho já percorrido, houve um dia que os fez percorrer o sentido contrário das suas vidas. E como que ouvindo um sino a rebate, todos acudiram ao mesmo hipocentro, que agora, mais visível, mais claro e urgente, se tornava em epicentro.

Tal como nós. Nós, e os outros que são também pedaços de nós, todos temos um epicentro. Pode ser qualquer coisa, uma casa, uma mesa, um lugar. Pode ser uma data, uma ocasião, um ciclo.

Por vezes, é uma pessoa.

E quando essa pessoa se perde, tudo se torna estranho e desamparado.

A lava sem um vulcão.
O sismo sem uma origem.

Os caminhos tornam-se mais vagos, aleatórios. E todos nós (nós e os outros que também são pedaços de nós) temos que nos esforçar um pouco mais por não nos perdermos, temos que nos esforçar um pouco mais por construirmos uma rede que não tenha um epicentro visível, mas que nos suporte.

A todos, juntos.