és*
o meu último fracasso. Tornaste todas as minhas frases na forma negativa. E agora. A pergunta que fica, sem pontuação. Que fazer desta destruição de gramática. E a semântica. Que éramos. Significantes e conteúdos. Quem sabe agora o que se diz. Sem significados, sem pontuações, sem formas positivas. O que mais procurar. Para que lonjura caminhar. Quem sabe, em que música encontrar a prosódia certa. Sem interrogações. Não existe. Com interrogações. Existe.
Todos os finais chegaram sempre primeiro que eu. A gramática, a semântica, traiçoeiras. Apanharam-me pelas costas. Espremeram-me de significados. Esponja espremida, sem mais nada que possa escorrer. Pingar. Sem sequer um ponto de exclamação para dar.
Dói-me o pescoço. Pesa-me carregar esta névoa em forma de memória.
* com pedaços de letras, de canções.
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