5.1.14

domingo


Olha, pingos vermelho-sangue à tua frente. Cor escura, quente, melosa.

Olho-os, não sei o que vejo. Só vejo barulho. Queria tanto ver silêncio. Vê-lo, balançar-se, suave, à minha frente. Não sei bem o que vejo, não tenho a certeza do que quero ouvir.

Balançar, com a brisa, só. Deixar os pesos escondidos por baixo das folhas de outono, como os esquilos e as bolotas. E ao subir da primavera, ter-me esquecido de onde os escondi.

Vermelho-sangue.

Comi uma romã, e o escuro e quente e meloso ficaram espalhados, em pingos, à minha frente.