29.4.08

desimportância

Parece que havia um tempo em que tudo eram imagens enormes, claríssimas e por vezes grotescas. As palavras transformavam-se em invenções de cores, espaços, tempos indefinidamente vazios. Momentos em imagens, às vezes gotescas e quase sempre claríssimas. Figuras que se passeavam, objectos que se inanimavam ao lado de vozes atormentadas pelos sons de imagens que tantas vezes se esclareciam, que tantas vezes escondiam palavras grotescas. E uns mudos, que calavam os monstros. E outros surdos, que não ouviam as claras imagens palavreadas.
Mas já não. Agora como que há qualquer coisa a querer valer-se por si própria. E parece que não adianta, os surdos continuam sem ouvir, os mudos sem falar.