10.4.09

o que não existe|conto cinco



Quando for grande, não quero ser grande. Também não quero ser pequena. Nem tão pouco qualquer estado intermédio da constante metamorfose da nossa vida.


Bom.


Não quero ser grande demais. Não quero ser pequena demais. Não quero ser calma demais. Não quero ser agitada demais. Quero ser alegre, porque já fui um dia triste (um dia só...), e quero ter uma pitada de tristeza no meio da alegria. Não quero ser um caminho percorrido. Não quero ser caminho, sequer. Quero ser construção. Quero ser encontro.

Não quero, nunca, ser sem música.

Quero ser piano desafinado, que algúem encontra no meio das velharias cobertas por um pano de pó, madeira a ranger e som espaçado e trémulo a surgir, formando um sorriso.
Não importa o que quero ser, não importa o que não quero ser. Porque já sou, eu, agora.


1 Comments:

Anonymous Anónimo retorquiu porém...

(-:

21/5/13 1:58 da manhã  

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