9.4.09

o que não existe|conto quatro

Nas linhas da minha mão, escrevo desejos escondidos. Rascunho miragens ao luar, prendendo por entre os dedos os leves sons da brisa percorrendo a floresta.
Escrevo nas linhas da vida da palma da minha mão, os caminhos rumo ao mundo, a minha alma perfeitamente alinhada nos veios e sulcos da pele. E tantas vezes esquecidos os caminhos do mundo, os desejos escondidos, as miragens desaparecidas, a leve brisa do vento fugida dos meus dedos. Resto eu perante o mundo. E nesse mundo, tão vazio de tão extenso e grande, abro a mão, e deixo que os meus dedos percorram os acordes perfeitos das teclas da minha alma.