16.8.09

a naifa

A cinza dos cigarros e da morte, inequivocamente a mesma.
Tudo não serviu de nada. Sempre pensaste que todos os dias de sol.
Todos os copos. Os corpos. Os cigarros. Que a invisível poeira dos dias seria o essencial para a vida. Não foi. No fim da estação, à espera de um comboio que te arraste desta vida para outra, pensas como há batimentos do coração que nunca seremos capazes de fumar e deitar as cinzas para o lado, fazendo-as voar. Fazendo-as desaparecer.
E como sempre te apeteceu fumar um pouco mais.
E enquanto o comboio não chega (atraso de vida, sempre sentiste que a vida padecia de um atraso horário qualquer) lembras-te das músicas que ouvias. Nos dias de sol, a boiar dentro dos copos, a sair de dentro dos corpos. A voar pelos dias, como se as tivesses fumado e todos os dias deitado as suas cinzas fora, para voarem na essência da vida que queres agora fazer desaparecer.


2 Comments:

Blogger nikita retorquiu porém...

Onde vais tu buscar esta inspiração? Espero ansiosamente pelo(s) livro(s) que vou devorar!

21/9/09 10:24 da tarde  
Blogger bastard_o retorquiu porém...

até eu me espanto.
mas não seria espanto suficiente para caber num livro. :)

21/9/09 10:52 da tarde  

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