viagem
Na última lua cheia, não paravas de me gritar. A lua, a iluminar-me, ao caminho, e as sombras, que se deviam ter desvanecido durante a noite, a perseguir-me. A gritar. Fugi de ti, das ligações, das memórias. Carreguei no acelerador, confesso, mas só assim se podia fugir da sombra que a lua cheia teimava em formar. Aumentei o volume do som. Pelas colunas, músicas cheias de raiva e desamores. Dexei de ouvir os teus gritos. Não quis saber. Gritei eu, uníssona com o rádio.
A lua, a iluminar o meu caminho. Acelerei para longe. Porque aquele era o lugar para amanhecer um dia novo, em silêncio.
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