28.10.09

* - 2009







Estranhos silêncios que se fazem ouvir, noite fora, no meu quarto. Já não há quem me acorde, durante a noite, de focinho pontiagudo virado para o céu.



Adeus.

2u

it just happens sometimes.
às vezes, por vezes, acontece. Acontece tudo num momento demasiado pequeno para tudo. Não entendes como, mas tudo é ali, naquele momento.
E.
Num momento, é demasiado. O peso demasiado, a raiva demasiada, os músculos demasiados. E sabes que é só um momento, mas ali, aquele, não passa, não desvanece, a fila não anda, as letras trocam-se, os semáforos vermelhos, e os acidentes que se sucedem de tantos azelhas que vês, não encontras o que tinhas mesmo à mão, e tudo, tudo, ali, e de repente, e se, se eu fosse fila fora, ou estrada fora, ou ravina fora, os azelhas que se aguentem e se o volume ficasse assim, tipo, sempre, no máximo, e se gritasse até a voz se for embora, e às tantas já não sabes mais para onde olhar, para quem virar costas, e tudo te aflige, e essa raiva que te consome, e esse demasiado de tudo momento. Que é só um momento, mas não passa, até todo o corpo te doer do peso desse momento nos teus músculos.
Pões mesmo o volume no máximo. E esperas que o mundo adormeça por ti.

22.10.09







Descanso. Que não há. Paredes. Que não tenho. Gritos. Que em vão, sussurro.
O olhar, que, enfim, procuro.

série de




batido de fim de semana.

15.10.09

silêncio aqui




Às vezes, sobra só o resfolegar das rotinas apressadas. E o esquecimento dos romances perdidos.
(na rua onde passo todos os dias, havia uma mulher estreita e um gato sinuoso pintados em redor de uma janela. Hoje, a parede estava pintada, e a janela tinha-se perdido na vulgaridade do rosa velho igual ao de todas as paredes.)