31.12.12

série de





tempo, horizonte. Nada. 365 dias. Novos. Amanhã.


Espero saber aproveitá-los.




29.12.12

jardins



«Conheci melhor as cameleiras em Sintra. Gosto daquelas plantas que florescem na adversidade do frio e do escuro do Inverno. Brilham por entre os despojos que as rodeiam», os troncos quase descarnados, as folhas em decomposição, a lama, o cinzento das nuvens. E no meio de tudo isso, pétalas brancas, rosas, encarnadas. Cores simples, cortantes, belas.



descolorir




Há pessoas que te desconstroem, e ficas sem saber o que lhes fazer. O que lhes desfazer? O que te construir? Desistir? Destituir?
Desacreditar?





Ou acreditar. Parar, deixares o tempo percorrer-te, mudar-te as palavras. Mudar-te. Até à mudez.









27.12.12

violoncelo







Também gostava de ter um violoncelo. De o tocar, abraçando-o. Dizer-lhe que aquelas notas também ressoam em mim, que nos fundimos e tornamos um, soando, ressoando, sons e momentos, andamentos, sentimentos.  Notas que se desprendem de nós. Caindo, como lágrimas. Aves voando para longe, em cenários desenhados por cordas e arcos.







série de






passeio. Ir bugiar.





24.12.12

véspera






O mundo não acabou. O ano está a acabar. Amanhã, notícia de um mundo novo, outra vez.

Que importa o que se diz.

Importa sentir mais, dizer melhor. Passear. Apreciar. Música, ouvir e tocar. Acordar mais cedo. Deixar. Amar.
É que quem importa, regressa. E quem acaba por aparecer, por mostrar que se importa, importa.

Dar. Mais. 
Abraço. Perdão.
Porque há qualquer coisa que começa de novo. Amanhã. E depois. Sempre, começar de novo.



15.12.12

série de





passagens. luz. 

 

desperdícios



Let me take a ride. 
Deixa-me ir pelo teu caminho, pisar as tuas pegadas. Deixa-me ver o que vês. Porque não sei se vou ficar por aqui. Se os candeeiros da rua vão continuar a ser os únicos guias. Se se apagam. Se me apago. Se não for. Se não souberes. Let me.

É que as árvores já se deixaram despir. E tu passas, sem dares conta da fragilidade exposta dos seus ramos. Dos entrelaçados. De como nos mostram caminhos. Curvas, cruzamentos, lombas. Eu vejo. Observo.  
Sustain. 

Haverá caminhos desperdiçados?


10.12.12

série de


sítios. Luz de verão.









Desci







a rua. Senti os buracos no asfalto. Reconheço-os. Lembrei-me. Mas não sei do quê. Não é meu, este asfalto.  Saí da memória, e é como se nunca a tivesse tido.

Vazio.

Pertença.

Não me pertence - não sou eu. Essa mão, esse olhar, esse cansaço do fim da noite.
Não sou eu.

Hoje, a memória é diferente. É vizinhança. É passagem de bons momentos.






2.12.12

não me lembrava




mas é verdade:

Nos dias de Sol, há alguém que guarda para si mesmo todas as nuvens e tempestades.


como hoje. 

As minhas nuvens e tempestadas, guardadas a cadeado. Dia de Sol. Noite límpida de frio.
Amanhã.


Amanhã...