30.1.07

escrita criativa





O expoente máximo da minha imaginação é lembrar-me do que sei, pegar no que vi e misturar tudo com doses sensaboronas de parvoíce.



E ter o azar de escrever tudo no caderno verde antes que me ter esquecido do que imaginei.

chipmix e amendoins

Tendência esquizofrénica.
Acontece por vezes pegar no pacote de bolachas e despachá-lo. Quinze minutinhos empenhados, ou meia hora de multi-actividade. Ou descobrir na dispensa um frasco de amendoins e cajús, e deixar a imagem dele a marinar. E depois, começa-se a ver o mundo pixelizado. Com 256 níveis de ID em cada pixel, não vamos cá por tudo preto no branco. E é então que o sorriso adquire as tais dimensões portentosas. Visto de longe, claro está. De perto, é só um monte de pixeis de IDs a roçar o esgazeado.
Exagero, portanto.
E vá-se lá saber como, continuam a encher-me a dispensa de bolachas variadas.
É a ignorância, o desconhecimento, o não saber, meus fãs.

e de repente

O sorriso é o culminar de um processo frágil e misterioso, de tal forma que por vezes me parece ser alguma coisa de portentosa.

25.1.07

errata ao post anterior

Onde se lê "Se bem que a segunda hipótese nunca acontece", deve ler-se "Se bem que é raríssimo a segunda hipótese acontecer-nos pela frente".
Ele há subtilezas às quais devemos estar atentos.

24.1.07

como vais?

Vai-se andando.
Vou andando, sim, muitas vezes sem saber como nem para onde e muito menos com que objectivos (alguma vez deste por ti sem um objectivo?). Mas vou andando, sei disso porque vou assistindo à sucessão dos dias e das noites, vou percebendo mudanças nas pessoas (de vez em quando, já consigo percebê-las), vou-me vendo diferente, vou mudando a interpretação dos meus textos de dia para dia.
Mas sei que esta divagação não é a resposta que querias, porque só se pergunta Como estás? quando não sabemos nada da outra pessoa para lhe perguntar qualquer coisa concreta, ou quando conhecemos tão bem essa pessoa que não vale a pena perguntar nada, porque ela dar-nos-ia uma resposta antes mesmo de fazermos a pergunta.
Se bem que a segunda hipótese nunca acontece.

23.1.07

antes de ir para amanhã

Vou dormir. Acho que vou já a seguir. É bastante provável, sim.
Dantes (algures, mais atrás que ontem, por exemplo), não passava os dias com tanto sono, nem dores de cabeça (de vez em quando), nem sentia os efeitos de ter um nariz extremamente torto (raramente me assoava, julgo que também não fungava, a não ser durante as contipações, mas isso é como hoje), nem tinha tanto tempo livre (creio eu), nem escrevia num belogue (não espero comentários acerca disto).
Nem...dormia tanto.
Pois, isso.

21.1.07

















Isto é indestrutível.
As pessoas são destrutíveis.
Mas não o sol. Não o mar.
Não o é, o ser. Mesmo quando as pessoas se destroem.


são meus, são...

Como se fosse possível alguém troçar destes sapatos.

É só inveja. De que anda com eles nos pés.

...E depois?

18.1.07

p'ra lá do longe XVIII

O descer da noite.

Christmas crackers (um)




How do snails keep their shells shiny?






They use snail varnish.

considerações intermédias

É verdade, sou uma dos 70 mil automobilistas detectados em excesso de velocidade nos radares de Lisboa (hoje não, que estava feliz da vida e não me apeteceu ouvir o carro a roncar).

Também sou uma dos "n" mil licenciados desempregados (ainda não passo recibos, nem recebo cheques. Por enquanto).

É um sentimento identificativo, de pertença. Sou vários números das estatísticas nacionais.
Boa.

gabriel, o Pensador

«Um doente mental passeia pelo jardim da instituição onde está internado. Aproxima-se do gradeamento que separa o espaço da via pública e chama um indivíduo que está a passar. “Se faz favor”. “Sim?”, responde o homem. “Pode esclarecer-me uma dúvida?”, continua o doente. “Claro, diga.” “Que raio está você a fazer aí dentro?”»

12.1.07

á là lucrécia


Fins.

de dia,
de tarde,
de semana,
de manhã,
de noite,
de sextas.

São as piores, as sextas. Mas parece ser uma opinião única. Aprendi a decorar as Maiores pela Rosa Arredonda A Saia. A decorar as menores por outra música com igual circunstância mnemónica. Como de resto, todos os intervalos. As quintas, as quartas, Maiores, menores, Aumentadas, e por aí em diante. Chama-se mnemotecnia. E vem nos dicionários.

Quarta-feira Aumentada. Dia de The Simpsons. O raio do aquecedor farta-se de estalar com o óleo quente em dilatação. Deve querer dizer que tem arrefecido. Tem mesmo.

Nunca tive grande apetência para indentificar intervalos melódicos. Talvez as mnemónicas sirvam também para os intervalos de tempo.
Sexta-feira menor. Dia de...



o fim dos princípios

Se, se pudesse encher de coisas o vazio que se arrasta, como um vício, se alguém soubesse quais as palavras que me faltam dizer-me. Digo que já sei o que é, ou que imagino que seja. É que às vezes tenho medo que não seja suficiente estar comigo. E então, com que voz me sentir?
Em todo o caso, vou pensando em mim. Porque em todo o caso, estou por aqui.

10.1.07

resultados




Uma coisa triste é aquela que não resultou como se esperava e acerca da qual não há outra solução.



Uma coisa deprimente é aquela que se arrasta. Com uma solução sempre à vista.


8.1.07

p'ra lá do longe XVII

Quero voltar a saber usar adjectivos.




4.1.07

dias mortos

3.1.07

verbos

Se aparecerem algumas nuvens no céu limpo.
Se me arrepiar de frio.

Se alguém virar costas, e for embora.

Se eu for para outro lugar.

Se, de vez em quando, me apetecer desistir de mim.


Tudo bem, se tudo isto acontecer. Também a desilusão, o desengano, a saudade, são vida.


Por isso, quando achar que tudo está mal, tudo bem. Basta ir aprendendo a saborear bem o que de mau se vai sentindo.


Saborear. Mastigar. Deglutir. Digerir. Assimilar. Expelir.

Eis as acções de eleição para os dias que se seguem.