31.10.05

o cd roubado

Hoje apetece-me ouvir isto. Está bem que há dias mais ou menos brasileiros, mas vê-se mesmo que amanhã é feriado.

Ainda bem que passei primeiro pela casa da minha irmã.

agora que chegou o outono

Decisões para o ano novo:
Ver o Sol nascer mais vezes.
Fazer mais vezes a auto-estrada de manhã cedo. Veêm-se mais aves.

27.10.05

dicionário



"amoque, s.m. delírio de furor assassino observado na Malásia, e que é uma forma de loucura homicida.
amor, s.m. sentimento que nos impele para o objecto dos nossos desejos (...), inclinação."

Dicionário da Língua Portuguesa, 5ª edição, Porto Editora.
Assim de repente pareceu-me que o amor era uma forma eufemística do amoque. Mas costumo ter mais amoques que amores.

te (a ti)

É porque te descobri que te não irei conhecer.
Ou porque me descobriste.
É como jamais te diria: já não te posso descobrir mais, porque te conheço.
Ou porque te julgo, finalmente, conhecer.

"conversas de bêbedos"

Por falar em viagens no tempo e outras coisas parvas.

Que tempo? Tempos. Tempo bíblico, tempo universal. Tempo diário, ordinário. Tempo colateral, que nos escapa pelas costas. Tempo que não vivemos. Tempo que fingimos não ter. Tempo que pensamos que precisamos. Tempo, a grande incógnita. Porque encerra em si todas as nossas dimensões, aquilo que somos e fazemos, o que fomos, o que seremos (ou não). Afinal é o tempo que nos comanda, ah pois, pensavam que lá por terem um relógio o podiam controlar? Coisa estranhíssima, o tempo. Indefinível, omnipresente, e não raras vezes omnipotente. E encerra em si o futuro. Por ser ele que tem mão no futuro, faz-nos ter que escolher antes de o que escolhemos acontecer. Faz-nos duvidar das nossas escolhas. E faz-nos confiar. “Dá tempo ao tempo”, “o tempo o dirá".
O Homem depende para todo o sempre da imponderabilidade da certeza do tempo.

25.10.05

já é quase novembro II

Finalmente o musgo da z. v. voltou à vida, e tudo o que é cogumelo pulula de novo por cima de tudo o que é matéria orgânica a roçar a podridão. Hoje de manhã também por lá pululavam outras coisas, mas não vamos por aí.
Este é um blog sério (já o tinha escrito antes).

já é quase novembro I

Ontem à noite cheirava a inverno. Eu sei porque fui comer uma bolacha à janela.
Que saudades.
Do cheiro a inverno (bolachas como todos os dias).

24.10.05

pianista

Nunca saberei o que sentes quando mexes os teus dedos ao som da tua alma. Aquilo que tocas só a ti te pertence, para mim fica só o que eu podia algures ter ouvido.
O que ouves, o que sentes, o que tocas, tudo isso só faz sentido quando és. Quando te vives.
Só faz sentido quando saio de mim para ser piano. Quando vivo tudo o que não sou quando estás comigo e não és música.
Só faz sentido quando te tornas música.

23.10.05

reflexão

Ele há pessoas que têm a capacidade de assim que começam a falar fazer-me deixar de as ouvir e instantaneamente começar a pensar no belo dia de chuva que está, ou no que raio vou comer ao almoço.
Será defeito delas ou virtude minha??

20.10.05

e agora?


Hoje não vou encarnar personagens minhas, vou só olhar o luar reflectido nas nuvens enquanto escrevo o que não sei.

O que não sei.

O que sei e não escrevo quando o penso.
Hoje não me apetece defender-me. Não me apetece atacar-te.

Melhor que isso.

Hoje não me apetece defender-te, não tenho forças para me atacar.

18.10.05

diários imensos

Se te conseguires prender a cada ponto final, a todas as reticências, às vírgulas e pontos de exclamação, se conseguires isolá-los de toda a imensidão de palavras cheias de nadas... então talvez consigas acreditar (iludir) que é possível que todas essas frases tenham outro sentido que não o vazio.
Que será de mim se um dia te cantar e não me ouvires porque não te prendeste à última pausa de colcheia.

17.10.05

de postes alheios



Sim, vejo (te).
[de parecer que olhas para mim].
[de gostar a sério ou deixar de olhar].

Já chega? Ou vou ter que continuar a olhar (te)?

a homenagem do dia


Haja poder de aceleração para reduzir de 20 para 10 mins e um grande bem-haja a todas as almofadas que pululam por aí, prontas a serem afalfadas!

Posto isto, é sempre em frente!

15.10.05

algures lá atrás

Perdeste a minha inocência. Nunca mais voltarei a ver-te como vi. Como quando me vias ainda inocente.
"Nunca" é uma palavra muito pouco inocente. "Nunca" pressupõe sempre mais uma hipótese a testar.

da noite

Sempre gostou de conduzir, porém não especialmente. Mas conduzir de noite, por estradas mal iluminadas (ou mal frequentadas) sempre lhe exercera um fascínio, uma atracção fantástica que não podia controlar. Era no fim das noites, quando regressava a casa, só de si mesma, que as estradas mais curvas a atraíam, era nesses momentos de abandono de si que sentia que podia, se quisesse, fazer cumprir o seu destino. Um destino previsto com toda a nitidez e pormenor.
Era entre essas curvas percorridas no volume máximo que ela sabia que o seu fim iria passar por ali.
Quando batesse. Quando se espetasse. E quando se espatifasse, dentro daquele carro. E ao som daquela música.
Porque era ela que o guiava, talvez como nunca tivesse conseguido guiar a sua vida.


(engraçado, quem diria que o "fim" "passa" por algum lado)

a indiferença



Mas amo mais esse sentimento.
Amo mais amar e odiar que amar-te ou odiar-te.
Por isso, é-me indiferente quem sejas.

(será?)

12.10.05

vai um motor de busca?


Sempre que quiserem pesquisar a minha pessoa...

11.10.05


Feito.






Como se fosse assim tão simples.

odeio apanhar chuva

Mas já tinha saudades de apanhar uma chuvada no meio do trânsito e ouvir as escovas limparem o pára-brisas sem dó nem piedade.
Ou então já estou é um bocadinho farta de ouvir o raio desta impressora há horas e horas a cuspir (regurgitar) folhas com rabiscos ...

Porquê cinco cópias, porquê???

10.10.05

à chuva

Não me quero ir embora. Porque no instante em que não conseguir resistir mais sei que esta memória que tenho de ti desaparecerá daqui no instante em que me fôr.
E é sabê-lo que me dói.
É saber que quando acordar ao som da chuva a escorrer no vidro, nesse momento em que essa gota atravessar aquele pedaço de céu que me lembrarei de novo de ti e irei de novo ouvir o desejo de te procurar a bater no vidro. E escorrer. Como uma gota de chuva.

9.10.05

o blog sem nome

Em versão analógica.

8.10.05

valores mais biológicos se levantam


Bolas, já nem uma frase mal inspirada aparece aqui.

5.10.05

não ser

Por muito que me entranhe em ti, há sempre um pedaço de vida que é só tua, que só existe para ti, da qual não sei de existência ou realidade. É nesse pedaço de vida que te escondes, e é aí que nunca te poderei ir buscar.

E é nesse tempo sem espaço que tu não existes.

não são três, ainda

No fim da noite, com o peso do mundo numas costas encurvadas, a olhar o lápis com os olhos ensonados. A ouvir, lá fora,mais um carro. A ver pela janela as luzes cintilantes do horizonte da cidade. É no fim de mais uma noite que sustenho a respiração a ouvir um piano e uma nova melodia de acordeão. Que me importa que amanhã seja feriado? Que tudo o que tenho ainda para fazer não esteja já feito? Que com tudo isso arrisque boa parte do futuro, aquele que se planeia tão disciplinadamente, e que porque deixei descarrilar este presente em passado, ele esteja prestes a fugir também para um lugar onde nunca venha a existir? Que me importa, que me pode importar?
Se aquela matemática de que se falava há pouco é tão mais simples... e tão mais marcante.
Que me importa se me sobrar só o vazio?

3.10.05

da net.
Quando o Sol se fez Lua.

a dois?

Se não se conhecessem seria mais fácil largar tudo para estarem juntos.
Assim, não estando, não deixam de o estar.
(conhecem-se melhor do que julgam)
Não podem largar-se um do outro para serem um só.

desejo (outra forma de)

Mas agora a versão original. A sério.

Porque me mataste a ignorância.
Essa música que me tocaste, agora, é minha. Já não consigo desfazer-me dela, e não me importa que digas que é tua.
Faz-me chorar, e as lágrimas são só minhas. E a culpa é só tua.
E não quero saber, não ma tivesses entregue assim, displicentemente de mão beijada. Agora desenmerda-te.

É muito nhanhoso quando se escreve inebriado de paixão.

2.10.05

o post da moda

Andamos numa de agradecimentos, certo?
Pois bem, obrigada por nunca saires desta espiral apertada de estupidez e burrice que cada vez se crava e entranha mais no fundo do teu ser. Por te esforçares em mantê-la, mesmo quando vais tendo oportunidade de mudar de caminho.
Ou então é só frustração e sentimento de impotência.

Não, é mesmo burrice da minha parte.

1.10.05

desisto

O problema de se fechar uma porta é que ela pode não voltar a abrir-se.
E a única coisa boa disto tudo é a certeza que tudo se vai acabar por resolver em breve. A bem...ou a mal.
Por isso é que ando sempre em correntes de ar... detesto portas fechadas.

ultimato

Eu sei que é muito chato para os meu milhares de comentadores assíduos a este canto do mundo dos belogues. Mas se continuar a receber spam nos comentários como tem vindo a acontecer (sim, esses comentários todos que veem como "this comment has been removed by an administrator of this blog" não são mais do que reclames chatos de páginas que sabe-se lá para que servem), vou ter que tomar medidas. Tenho mais que fazer do que andar a apagar comentários. Já me chateia ter que perder aqui horas a para ver um post todo bonitinho (sim, além de costelas alentejanas também tenho uma perfeccionista).
Por isso, prezados visitantes, não se espantem se um dia quando quiserem dizer mal de um post vos for pedido para escrever não sei o quê (aqueles códigos que temos que copiar, isso afinal até tem uma utilidade!).
E pronto, por hoje é tudo. Podem voltar às vossas vidinhas miseráveis, que eu vou fazer o mesmo.

o escritor

Aquele que falava e questionava e comentava uma vida, a sua, como se não lhe pertencesse. E escrevia. Quando tudo lhe faltava fazer. Mas, ao invés... Só escrever.
(assim como quem diz falar, cantar, ouvir)
Talvez um dia acorde e descubra que a vida o abandonou. Por tanto escrever, em vez de dizer.
Que é como quem diz viver.