27.3.08

gira-riscos





Grita-me uma música que te sussurre nos meus ouvidos.

Quase adormeço em vão.




25.3.08

série de



páscoas fora, nada.

não me lembro de ter escrito isto.2







how much i wish.
Que me dissesses "tens razão". Que o silêncio não fosse um fosso, que fosse a nossa conversa. Que só tristeza, que uma desdenhosa pena que é perene. Tudo o que se sabe, o que se viu, ouviu, aprendeu, o que doeu, se revela nas entranhas, e ali permanece, que pena perene. Que só permanece a tristeza de não se sair de si, de não se transcender. E que pena é argumentar que assim, só, porque não há escolha. Sempre houve, mas, ouve. Foi deitada fora.





24.3.08

do silêncio



À beira deste canto escondido observo o mundo e os homens que passam: não me vejo refugiado, não me sinto receoso, mas antes com a curiosidade de quem descobre a maravilha da simplicidade.

noite



O que quer dizer que no fim, não interessa, porque mesmo que esteja em ti, não é teu. Nada te pertence, nada podes exigir. Nada esperas e nada fazes, mesmo quando o poderias ter feito. Nada do que crias é teu, nada do que sentes vem de ti.
De nada te desculpas.





De nada te dás conta.






não me lembro de ter escrito isto.1




Fazer do lugar onde estou, o meu lugar. Fazer do tempo que por mim passa, o meu tempo. Não há outro sítio, não há outra história. Tenho que me encontrar aqui, tenho que me construir agora. Sou eu que luto, com cada marca que me deixaram, é com o que cada um de vós me deu e tirou que tenho que viver. E vivo, pois não seria eu se não fosseis vós em mim.



17.3.08

arrepios

Parece que as minhas glândulas supra-renais têm andado particularmente sensíveis.
A sugestões.

16.3.08

qu|ontínuo








Dentro do tempo também há espaço para o vazio. Lá, tudo se torna trans(lúcido). Há o silêncio. Há o frio. No tempo vazio, de nada serve que nos resta, e tanto que nos podia restar. Pensaria alguém ser sábio, ser sério, mas de nada lhe serve. Lá no espaço vazio do tempo, o destino cumpre-se quer se escolha, quer se seja escolhido. De que nos serve quebrar o silêncio? O vazio existe em nós.



Tenho frio.

De nada me serve o tempo.







15.3.08

parte dois

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12.3.08

série de

'Calipto primaveril.
Histérico, como todos os entes por estes dias.

punchline*

«Hoje até tenho uma coisa para dizer».



Piada parva.


*mas, palavra gira.

11.3.08

e

... passaste por aqui? Despertaste o Sol, marcaste-lhe a luz com uma sombra, saíste de casa, não voltaste. O teu guia és tu mesmo, e os únicos restos que deixas são as tuas pegadas voláteis.

...e depois

já não haverá areia

não terás alguma vez existido.

... andarás por aí?

7.3.08

série de






travesseiros de fim de dia. De trabalho.





6.3.08

p'ra lá do longe XXXI


Tudo se vai compondo.
Mais ou menos.

?


Não chego aí.


4.3.08

planos inclinados

Até que perguntaram um ao outro que coisas tinham na lista-de-coisas-a-fazer-pelo-menos-uma-vez-na-vida. E disse que a lista estava vazia. E uma nuvem escureceu a sua cara, e o vento derramou pestanas, e inclinando a cabeça subitamente afogada em tristeza, concluiu que não ter um plano não era libertador, era vergonhosamente deprimente.

apanhar sol



Nem sempre os nossos corações são nossos. São-nos, mas não os cremos, não os entendemos. E aí, os olhos cerram-se, as mãos paralisam, o coração seca: tornamo-nos indiferentes a nós mesmos.


Epicentro dinamizador de toda a acção, todo o pensamento, o coração sustenta a alma. Quem não deixa o seu coração alterar-se pelos sentidos, quem não quer ouvir o que ele sente, que não quer fazer o que ele decide dentro de si... não tem nada. E, ao invés, passa a ter medo de perder o que não tem.

...Acaso sabeis o que o vosso coração sente?








É curioso que quando o silêncio enche o nosso espaço, as nossas palavras tomam a dimensão dos nossos gestos. Assim, aquilo que dizemos é precisamente o que fazemos. E no espaço do silêncio, curioso como passamos tão facilmente a olhar o outro nos seus olhos.

2.3.08

i|u.tub


Será a memória suficiente para nos recordarmos de alguém? Serás tu suficiente para alguém te reter no seu mundo de cores, de sons, cheiros? E se no fim te esquecerem, e desapareceres do mundo de quem te marcou? Estarás liberto, ou aprisionado?
Rachmaninov: Cello & Piano Sonata in Gm. III:"Andante".