30.6.05

linha de sintra: um bem público

"Próxima paragem: Rêgo."
Capaz de elevar a moral de qualquer um aos píncaros.

um dia baralhado

Acho que nunca acreditei tanto como hoje na frase "parar é morrer". Talvez nunca a tivesse visto acontecer, mesmo ao meu lado.
"Ao princípio é como mais um dia que começa, sais de casa e comentas, baixinho, o belo dia de Sol que se está a por. Sentes que não te falta nada, sentes que podes caminhar infinitamente, sentes que encontras o belo por onde quer que passes. Está mesmo um belo dia de Sol. Começas então a parar de vez em quando, como se para absorver melhor toda a beleza da vida, como se achasses que afinal já não precisasses de caminhar até ao infinito porque o que tens a teu lado basta-te. Começas a parar cada vez mais, só que agora cada vez mais distraído, não reparas no pôr-do-Sol magnífico que se avizinha, não dás importância ao que tens a teu lado. Até que um dia... um dia descobres que era a matéria de que és feito que te começou a fazer parar: o mundo gira à velocidade estonteante a que sempre girou e agora os teus pés calejados e cansados não te deixam andar mais. Logo agora, que compreendes finalmente a grandeza de um pôr-do-Sol. E é tão difícil aceitar que o Sol se vai por para sempre, e que só te resta o tempo a passar por ti sem teres nada para o ocupar. Sem o conseguires ocupar. Sem te conseguires ocupar. Até que um dia... tu serás o Sol, lembrado em cada coração que te tiver consigo."

o discurso da determinação III

bem...
...
..
.

o discurso da determinação II

pá...
...
..
.

o discurso da determinação I



hhhmmm...
...
..
.

28.6.05

jantar bucólico


Ri-te. Ri-te muito, porque se não rires toda essa fachada que te sustenta desmanchar-se-á, derretida pelas lágrimas. Ri-te, na cara dela, porque sabes que essas facas que te lançou são fruto da loucura de quem a morte está a roubar o tempo e a entregar amargura.

Ri-te, porque eu sei que a tua felicidade está gasta de tanto se dar.

dentes tortos


Hoje passei a tarde a assobiar. Não passei, mas só porque já não consigo assobiar como dantes. E nem esteve grande Sol.

27.6.05

arrepios

E foi quando voltei a ouvir aquele som que estremeci. Por dentro. Para que não soubesses.

26.6.05

cantas bem, cantas...

Pois, isto parece que aos fins de semana é sempre mais difícil endrominar o que quer que seja aqui neste local sem nome disponível. Mas em honra aos prometidos visitantes... cá está ele, o post de fim de semana! E, para não ser sempre eu a ter o trabalho criativo todo, convido todos os prezados leitores (sim, que eu sei que existem, onde moram e com o que é que ocupam o tempo-a ler este blog, claro!!) a deixar nos seus comentários um comentário sobre o... MEU fim de semana!
Vá, mexam-se enquanto eu vou ali dormir uma soneca.

23.6.05

as if

Como se hoje não estivesse este nevoeiro poluído a empestar o ar.
Como se anteontem não tivesse estado lua cheia.
Como se o calor não me derretesse.
Como se uma abelha me picasse algures na mão e o seu veneno se alastrasse a todo o corpo.
Como se não houvesse uma música a chamar por mim.
Como se tu não estivesses decadentemente a tentar decifrar cada frase que eu escrevo aqui.

21.6.05

coisas que jamais acontecerão

Reduz-te lá mas é ao teu lugarzinho, que há sítios onde nunca poderás chegar porque lá estão pessoas que nunca descerão até ti, por muito gosto que tivesses nisso.

vôos

Mas e essa liberdade que sentes, essa felicidade em forma de andorinha em vôo rasante de fim de tarde, de que te serve? Se aquilo que desejas é estar livre para que alguém te possa, por fim, prender a si. Se quando tiveres os teus pés acorrentados, quando for inverno e a andorinha tiver migrado, lembrarás melancolicamente o tempo em que o teu melhor amigo eras tu mesmo...

De que te serve estares livre em qualquer lado no mundo, se o que te restar no fim for o desejo angustiante do infinito?

20.6.05

poema

Será sarna?
Será gente?
É que a sarna dá comichão...
E a gente, não?

fogo de artifício

Até parece que chegou um ano novo qualquer.

19.6.05

alta vai, a lua


E esperou. Toda a noite esperou, desejando ser salva dessa espiral sem fim. Esperou que no céu escuro uma estrela brilhasse, esperou que no horizonte cheio de cidade um farol mostrasse a sua presença. Mas, morte anunciada. Nenhuma estrela se plantou no céu, nenhum farol rasgou o denso nevoeiro silencioso. Porque essa noite será sempre escura, sem estrelas, sem vivalma. E ela, vazia de alma, para sempre permanecerá nessa noite.
Para sempre vagueará pela cidade sem fim.

detalhes III


E há o direito de estar ao lado de alguém a ouvir o silêncio.

detalhes II


E há o direito de não responder para depois poder falar. E há o direito de deixar outro falar por nós.

detalhes I


Há uma diferença entre dizer o que pode ser perguntado e responder a uma pergunta.

18.6.05

não

Não escrever. Não pensar. Não viver. Não querer. Querer. Não fazer. Não ouvir. Não ver.
Não.
Sentir.
Querer.
Não querer sentir.
Não sentir o querer.
Querer, não o sentir.
Sentir, não o querer.
Não escrever, nem pensar, nem viver, nem querer, nem fazer, nem ouvir, nem ver.
Não. Hoje não há nada para deixar aqui.

16.6.05

mas que bonito comment!

Epá, eu de vez em quando surpreendo-me com as diarreias escritas que me dão às vezes (pronto, muitas vezes).

Topem lá:

"Se a vida fosse sempre uma auto-estrada em linha recta, nunca te aperceberias do fantástico que ela contém, porque simplesmente....acabarias por adormecer e espetar-te num rail!!!!"

E está explicado o segredo. É ir sempre pelas nacionais, ou mesmo municipais. E quanto mais curvas, melhor.

mais uma vez...

... Nada de novo. É só mais um dia. O coração ainda bate, os pulmões ainda têm ar. O Sol pôs-se de novo, como sempre. Mais uma vez, nada se fez. E tanto que se devia fazer. Amanhã será outro dia. Sem nada se fazer.
Mas hoje ainda é tempo de ouvir. Hoje há um piano a tocar até amanhã de manhã.

há obras perfeitas



by Paty
E perante imagens assim ainda há quem se ria dos meus fins de semana alternados/alternativamente madrugadores... E quem quiser saber os nomes deles, é só perguntar à bióloga!

olha para ti mesmo

Ouve. Não ouves? Ouve outra vez.
És tu. O teu coração a pulsar. Tu. Vida. E à tua volta, tudo vive. Ouves?

15.6.05

livro de estilo, ou quase

Há uma série de coisas que sempre quis manter neste blog.

- Não escrever em inglês (shit, já foi).
- Não escrever cenas da minha vida pessoal (ó, quanta ingenuidade!).
- Não transcrever letras de músicas (apesar da tentação, continuo na minha).
- Não fazer citações (um post não conta, pois não?).
- Não postar fotos alheias (e com muito orgulho, embora em breve ache que vá mudar qualquer coisinha...).
- Postar as preciosidades do baú (o baú está praticamente vazio, e agora?).
- Não empregar nomes próprios ou imagens ou tudo o que leve a pensar numa pessoa especificamente (acho que a parte dos nomes e imagem chega).

Mas ainda assim gosto mesmo de vir ver esta coisa sem nome. Será demasiado narcisista?

14.6.05

resumo (ou resumé, como diz a outra) do dia


"manágemént"
"Não sei o que vou estar a fazer para o ano que vem....Já sei: vou-me casar!! - Quem quer casar com a carochinha???"
"À passagem de GNR's em alta velocidade... - Será que também vão fazer um arrastão no IC19? - É, vêm aí uma data de carros pretos."

E pronto. Uma ida ao travesseiro/pastel/tosta faz sempre bem ao reservatório de parvoíce.

13.6.05

aviso à navegação alheia

Avisam-se todos os navegantes incautos e quiçá temerários que se aventurarem a deambular por este blog parvo que a administração do supracitado blog (ou berloque, como se diz na famosa gíria) não se responsabiliza por eventuais enjoos originados não pela própria da navegação (temos GPS emprestado!!, e o tempo até tem estado adequado à prática da navegação virtual), mas sim pela quantidade industrial de lamechice que tem invadido os posts. A administradora (eu própria) está neste preciso momento a investigar a possibilidade de ocorrência de um desastre ambiental (ou então emocional, os conceitos confundem-se neste espaço virtual) pelo que desde já pedimos a vossa compreensão.
Aguardam-se ansiosamente novas parvoíces.
Ecologicamente,
a administradora

pretensiosamente lírico

So if you want to leave, go ahead. So if you never wanted to stay, you could had just said I don't want to stay near you. A long time ago. Because now that you have became a part of this stupid concrete wall that I am, you will leave a hole in it. And all of you will be able see through it.

But you did not say anything. And now I must throw you away, as you will someday wish to become a part of someone else's concrete wall.
So, go.
Ahead.
And I shall try, at last, not to fall into this hole you dig every day as your innocently cruel part of you in my wall. And I must see this emptiness seducing me through it, but I shall never, ever dive in it. Because I would drown myself while I knew you wouldn't return to save me.
And now... maybe I have just done that.

12.6.05

sto. antónio


A noite, a lua, a cidade...podia ser uma fotografia bonita. Mas para quê? Se a noite é escuridão e a lua, solidão. E a vertigem desse abismo sem fim que todas as noites chega e seduz. E o vazio que enche a cidade. Mas hoje vou virar costas ao abismo e ao vazio.
Ou... não.

10.6.05


Vê. Respira. Sente. Ouve. Embala-te.

É aqui que o Sol acorda. Sempre.
É aqui que nasce do mar e se levanta. É aqui que a vida escorre das arribas até ao oceano profundo.
Todos os dias.
Na Ponta da Madrugada.

berlenga for ever!


Quando se resolve vasculhar as fotos antigas, é assim...sete dias, um calhau gigante, duas sanitas com vistas directas para o mar, seis horas de electricidade por dia, uns milhares de gaivotas e... muito amor à biologia ("a vida é uma alegria!!").

9.6.05

já tenho saudades de dar um pulo ao alentejo


Sempre em frente, rumo ao infinito (e mais além...).
Ou até aparecer uma parede de betão à frente.
Ou até acabar a gasolina.
Ou até se dar a volta completa e voltar ao início.

8.6.05

ar-condicionado, o isolante perfeito

Fica-se à parte de tudo o que nos rodeia. Não precisamos de nada que venha de fora - o ar artificialmente agradável é tudo quanto nos basta.
Embrenhamo-nos na nossa redoma, observando as ondas de calor de longe, escarnecendo delas. Passando por toda a realidade impunes à sofreguidão.
Ouvindo as nossas próprias músicas.
Em constante solidão.

corda sim, corda não

Mas o que assusta não é ver uma marioneta no meio da imensidão, é duvidar se se veriam tantas pontas para a segurar mesmo que a teoria das cordas não tivesse saído à rua.
Thanks anyway.

7.6.05

teoria das cordas

Faltam os fios que suspendem a marioneta. Faltam cabos para a sustentar, para a dirigir, para lhe mostrar onde deve ir e o que deve fazer. Uma marioneta sem fios num palco vazio não é nada. É um amontoado, de pedaços, no meio de um espaço que lhe dá vida.

Falta-me uma corda onde eu me segure nesta imensidão.

6.6.05

fernão capelo gaivota


Mas tu, voa sempre além das nuvens cinzentas porque por detrás delas estará o Sol para te aquecer.
E eu ficarei para sempre aqui a ver-te alcançar o infinito.

é o que resta

Não sei, mas dizem que rir faz bem. Pela quantidade de riso de que tenho padecido, já devo ter uma garantia de vida por muitos anos.

Menos mal.

3.6.05

vamos lá a preparar para o fim de semana

Bolas, mas a quem é que eu ando a tentar enganar? Eu ainda nem sequer andei de chanatas na rua este ano... "praia!!", yeah, right!. Pode ser que passar por um cortador de relva ajude, acho que vou procurar um pr'a semana. Além de que pode ser que ajude também à ressaca da fruta batida.
Timming para postar é o que se quer, já se está a delinear todo um programa de festas. Isso e levar um chuto no local de trabalho gratuito. E ter o patrão fora. E andar (in)visivelmente atado. E estar a ouvir a música do "dia que é dia não é dia sem ouvir esta música!" (tenho que meter isto no ANE!). Já anda tudo tão fresco, tão pop, tão leve, tão como o raio da dita da música. Raios partam, porque é que há pessoas que se recusam a ser mundanas e popularuchas, nem que seja só por umas horas, talvez fosse mais fácil ir até à dita "praia" (snob - 9 pontos - aceito!). E pronto, quem tiver olhos, que ouça!

Seja como for, acho bué piada a escrever um poste inteiro em código... qual Da Vinci! Pr'a próxima falem mas é comigo.

2.6.05

como deve ser, para variar

Hoje acho que me vou deitar cedo e ler um livro à luz do candeeiro de cabeceira e adormecer com a música ligada, nem que seja no Oceano Pacífico.

amanhã, talvez


Sê. És. Sede. De te beber.
Sê. És. Fúria passageira, luar perdido. És a surpresa de uma nova flor. És a constante despedida de um pôr-do-sol.
Sê. És. Estar perto do mar. Ouvir, ouvi-lo, senti-lo.
Sê. És. Se a noite não caísse todos os dias, todas as noites seriam infindáveis músicas. Para sentir. Para desejar.
És. Sê. Sempre. Sempre serás tu. Tu mesmo. Com tudo aquilo que te acompanha, e com tudo o que nunca deixarás para trás, mesmo que te esqueças, sempre serás.
Tu.
És.
...

1.6.05


O mais perto que estive hoje do mar e do azul e do céu e do Sol...

frases


"Um dia conto-te, se tiver coragem de viver coisas para depois as poder contar."
by S.
"Pudesses tu ver pelos meus olhos, e o meu céu seria teu."
de um blog do qual já não tenho a morada, infelizmente.

história encantada


Era uma vez (como em todas as histórias encantadas).

Um castelo encantado no cimo de uma montanha. Uma montanha semeada na bruma. Um sol escondido. Uma princesa, errante, vagueando no seu castelo. Um príncipe, desejado, cavalgando sobre o mar.

Se algum dia for grande, hei-de conseguir ser criança para saber escrever um conto de fadas.

Até lá continuo a divagar sobre o Monte da Lua visto das filas de trânsito.

Fim.

cada um é para o que nasce, dizem

Pois, diz que sim.

Certo, certo é que cada vez mais tenho orgulho nos amigos que tenho. Porque posso ser uma grande naba (sim, eu sei que sim), mas ao menos estou rodeada de gente croma, inteligente, sábia, culta, estudiosa e tuditudo (pronto, a parte do estudiosa era só para ver se estavam atentos). E ainda por cima, como se diz na gíria, gente vinda de todos os quadrantes (diversidade, é o que se quer).

Constatação esta que me faz dormir muito mais descansada todas as noites. Ufa!