31.10.07

série de



problemáticas.

série de


'o que entenderes.


diferenças pessoais




O mundo divide-se:

Há quem tenha medo de dizer asneiras.
Há quem tenha medo de fazer asneiras.


Como "merda", por exemplo.




30.10.07

a melhor parte




desta segunda parte de trabalho em parte é voltar pelo caminho mais longo, o que atravessa a serra em curvas e contracurvas, de janela aberta até toda aquela humidade enregelar as mãos, com o volume sonoro dos cds lá no alto, a rasar os muros enquanto se aprecia todo o verde e azul e a rezar para que nenhum carro me apareça à frente, porque não há mais lado nenhum por onde ir,




senão



ir em frente.

26.10.07

pergunta

Somos aquilo que dizemos, ou dizemos aquilo que somos?

22.10.07

série de




Quitina colorida.


21.10.07

anoitecido

Onde raio moras, céu de fim de tarde, e que raio de roupas vestes que nunca te reconheço.

Procurar-te-ia, se as tuas

cores

combinassem com as

minhas infinitas

inflexões.


frio

Quando me arrepio com aquele vento que me atravessa, que me faz tremer.

Sopra teclas fora, torna vivas notas minhas.

Acorda-me.

noves fora

Faz comichão quando vês coisas que eles não querem ver. Vês olhos radiantes a esvoaçar, mãos compridas, pintassilgos e nuvens brancas, alvas, como nunca viste. Mas não, as avestruzes recusam desenterrar o bico, para elas nada de simpático existe.
nada.
Dias irremediavelmente perdidos a contar.

17.10.07

párapente



E então é isto: sentes-te invencível quando o tempo não importa, porque cada momento é infinito e não desaparece nunca. És para sempre.

11.10.07

devoluções



Hoje deixei de fumar-me.
Se uma realidade for mastigada, e depois vomitada de novo
para o espaço
há-de ser
uma nova realidade.
Quando não se
mastiga
vomitam-se ilusões.
Não sabes em que lado do vómito estou.
Tomemos o espaço com um lago reflector.



4.10.07

livros na estante

...«o automóvel na estrada e o sócio do meu marido, sem metade da cabeça, a escorregar para o chão»
primeira frase da pág.10, a única com um canto dobrado. Acho que ainda vou tentar ler a "Exortação aos Crocodilos".

série de




Epifanias. Epifitos. Seres.

1.10.07

centros comerciais que fecham





Que raio de cinzento que cobre a realidade. Um cinzento em pó, de um brilho opaco-prata.


Cinzento opaco. Cor de nevoeiro.


Cinzento prata. Cor de carro novo.


Cor de pó. Cor de tudo o que me rodeia, de todas as coisas que flutuam ao balanço das correntes de ar. De todas as pessoas que caem no azar de uma sorte. Às vezes, quando dão por isso, já não há quem as ajude, entraram pelas minhas narinas dentro. São pó de prata, e eu respiro-as e chego ao lado de lá do horizonte.


Lá tudo se cobre de múltiplas cores.


Lá me perco.