26.7.12

série de





magníficas. Tardes,  naturezas, palácios. Amizades. Porque sabem o que somos e não dizemos, e estão presentes sem perguntar se é preciso.



outra vez




e outra. E outra. E outra vez.

We're so much better than this. And still we go on. Go wrong.

Quer dizer que não há nada a aprender, se os erros se repetem. Se é que são erros. Se não são, são o quê? Não ter nada a aprender. A prender. Nem a perder.

Volta. Faz de novo. Faz como sempre. Erra para sempre.










dias comemorativos





Eras um muro de betão armado. Não enganavas ninguém, mas também não deixavas que ninguém te enganasse. Ai de quem tentasse. Contigo, ninguém tinha a oportunidade de ficar com a última palavra. Era escusado. Mulher forte, daquele forte de ser fortaleza e asa de galinha a proteger os seus. Eras teimosia e orgulho de conseguir sobreviver demasiado tempo só, sem o teu amor da vida. O respeito que só os humildes sabem exigir. Um muro de betão armado com um colo que dizem que eu não queria largar. Eras boa disposição, eras Verão, eras aniversários e bolos. Eras lida da casa e passeio no parque para ir dar pão duro aos patos. A dureza da idade, e o aconchego de uma vida cheia. Um muro enorme de betão armado, numa pequena casa com uma casinha no quintal.

E era à volta da tua mesa que melhor nos juntávamos. Ainda estamos juntos. Mas somos menos, demasiado menos e demasiado crescidos.





23.7.12

série de






"barcos". Ao vento. 
À procura de aventuras pelo mar fora.






22.7.12

caminho II







Não procures mais no fundo dos nossos corações. Não olhes mais o horizonte. Não procures mais. Anda. o caminho aparece-te à frente, mesmo quando anseias pela paragem do fim. Nada mais há a fazer além de andar, andar, andar. Até qualquer coisa te fazer parar. A dor, a beleza, o fim, um cruzamento. Alguém.
Alguém que te pare.




série de




rios percorridos.



caminho






Sentir o apoio. Acompanhar quem fica para trás, atrasar-mo-nos pelo outro para lhe dar a mão.
Caminhar sem saber por onde, mas recebendo e seguindo os sinais. Saber que não se está só,mesmo não sabendo que fé sentir quando se está só. Sentir a dor, mas sabendo que lá, mais à frente, qualquer coisa melhor irá acontecer. Chegar cá.





20.7.12

surpresas




Já pouca gente tem a capacidade de me surpreender, como eu mesma. Quanta asneira para um só dia.


as letras




Que palavra é essa? O que é ela para ti? É o calor das noites de verão, o refresco de um mergulho no mar? um sorriso que sentes dentro de ti? Um abraço que envolve, como lhe chamas? A presença, um conforto e uma vida a acelerar, é o que sentes? E o frio de pedra, o escuro de um canto, a concordância do vazio? É essa, a palavra? Ficar esquecido na memória, perder sóis e luas, as sobras do vazio que deixas? Foi o que ela fez, quando as letras se quebraram e não mais se voltaram a encontrar.







6.7.12

pra dar um nome




Um vazio de muitos passos. Passos sem bússola, passos sem caminho. 
O vazio do lugar nenhum. 
Passos sem gente, passos sem lugares onde chegar. Passos imóveis. Olhar em frente, mas não encontrar horizonte. Sentir os pés, mas não pisar chão. Sentir uma brisa a passar, perceber que é o tempo que foge de dentro. 
Que nome dar ao vazio de mim?