31.10.06

o dia em que o mundo blogueiro se virou do avesso

Um dia, acorda-se de repente (raios partam o despertador), olha-se para a janela e dá-se conta do nevoeiro que vai ser o resto do dia. E só se lembra de dizer: "Alguém anda mangando comigo... Ou é Deus, ou o Diabo."

head-phones

Ora...com uns valentes anos ao serviço. Com o milagroso adesivo de hospital, que prende ainda os vários pedaços já partidos. Com as esponjas em avançado estado de decomposição. Com algumas partes a abanar perigosamente.
Por onde já ouvi, já senti "os" sons.
Servem essencialmente para ouvir música. Com tudo o que isso arrasta.

25.10.06

cabeças (l)oucas

"Até ao dia em que deres por ti, e os fracos que amparas e proteges se tornarem de repente mais fortes que tu, porque há um dia, haverá sempre um dia de redenção no nosso destino, em que quebraremos e nos sentiremos o ser mais fraco do mundo inteiro."
Porque o somos, afinal.

uni|verso




Num absurdo equilíbrio entre o abstrato e o concreto, o cosmos realinha-se.


Aliás, a meu ver, o "cosmos" não faz outra coisa senão realinhar-se constantemente.
Por isso é que "cosmos" me soa a "caos".


23.10.06

pintado por je.basta



Orgulhosamente...

16.10.06

foto da a.katryna.


Fui só até ali resolver-me. Um dia destes volto cá.

14.10.06

p'ra lá do longe XIII


Quercus, eu? Só se for suber, com cortiça isolante.

12.10.06

dívidas




Um bando de conhecidos, como se diz por aí. Para observar. Podem ser intelectuais, hão-de dizer coisas indecifráveis que deêm vontade de comentar e de rir alto. Numa tasca suja. Em Lisboa, claro. Bem regada. Ao fim e ao cabo, todos me devem álcool, mas ainda ninguém me pagou. Apetece-me andar a sangrar um noite inteira, e quem quiser cuidar de mim que me ature.
Eu já não quero saber. É que para mim, ainda têm chegado novas manhãs todos os dias. Que eu, atrozmente, sempre vou desperdiçando.




Alguma vez existi?

11.10.06

carvão hb



O único texto que me arrependi verdadeiramente de ter escrito, ò providência divina, escrevi-o a lápis.
Queria ter estado bêbeda quando o publiquei aqui.


Há gente simpática o suficiente para achar que as coisas que deambulam por aqui não são más de todo. Tomara também eu deambular por aqui.



buracos negros



A vida real tem tendência para se confundir com músicas. E depois, em vez de se lembrar, canta-se, toca-se. E repetimo-nos, até à anestesia.

Há músicas que doem. Quer queiramos esquecê-las, quer queiramos lembrá-las.

10.10.06

poesia lírica dos troubadoures, ou qualquer coisa assim


Depois de pegar na caneta que tanto tempo demorara a escolher (não gosto da caneta que comprei hoje, é demasiado larga e tem a ponta demasiado grossa, e pronto, assumo aqui a minha esquisitice com canetas),

lembrou-se de assentar no papel, já gasto de tanta água lá ter escorrido, de assentar as frases de que ainda se lembrava (não me lembro de nada quando volto para casa, aliás, de mais nada além dos prédios do costume a rodear a linha do comboio).

Sentia-se demasiado só para suportar a presença de outras pessoas (imaginei perfeitamente a cena: sacar da pistola, e com gestos largos apontá-la àqueles dois sentados umas cadeiras adiante que continuavam a comer milho de boca aberta. Disparar. Respirar fundo, com um sorriso. Guardar a pistola e voltar a ver o filme contigo ao meu lado),

todas as pessoas ali enlatadas e todas as que via passar pelos apeadeiros em movimento recordavam-lhe da sua solidão (tanta gente a passar por mim e nenhuma cara me é familiar).

A cada estação que passava, sentia os ombros curvarem-se um pouco mais (para que quero eu uma pasta azul com um cheque lá dentro, Santo Deus?).

Porque quis abraçar-te, mas depois íamos cair e descompor-nos. Sei que não gostas de fazer figuras no meio de estações.



9.10.06

instinto fraterno

Tendência incontrolável de instantaneamente "herdar" o máximo possível de "posses" de uma irmã que está prestes a partir para o estrangeiro por um longo período de tempo (i. e., um ano).

8.10.06

essa mesma


Fico-me por aqui.
Fico à espera de acordar.
Fico,
só isso.
Imóvel.

5.10.06

sad.o



Como é que se esquecem coisas assim? A leveza esquece-se facilmente.
Há três anos e dois meses atrás.

4.10.06

acordar




Tudo é mais fugidio de madrugada.
É fácil perder-te no nevoeiro que me tolhe.

maré


Basta uma onda para apagar pegadas.

3.10.06

saudade do mar da tranquilidade

...E é por não chegar a esse ponto de não retorno que me deixo vaguear em daltonismos febris. Demasiada preguiça para chegar ao fundo do mau, ou do bom.

in|porta|out

Nunca me habituei a dormir à porta fechada. Inquieta-me não ouvir o que se passa do outro lado.
E inquieta-me acordar com os sonhos presos ao meu lado.

2.10.06

saudade do mar da tranquilidade

Cada vez mais é preciso descer, chegar ao fundo do fundo. No fim do desespero. Para conseguir voltar a subir, e apreciar melhor o que estiver à superfície. Admirar um admirável mundo. E respirar tranquilidade.
Pena é o risco.
De nunca voltar a chegar lá acima.

1.10.06

3 revoltas em modo menor

E assim vamos andando aí, perdendo em cada momento tudo aquilo que nunca fomos.



Nada existe de novo, nem mesmo a surpresa. Porque o que era simples de resolver já o foi, o que não o é, nunca será. E tudo o resto são tentativas mais que previsíveis de anulação da realidade.






A existência não é quantificável. É binária.