31.1.10

deixa estar





Quer-me parecer que hoje esteve um belo fim de tarde.

E logo eu, que sou tão influenciável por essas tardes, deixei-a ficar lá fora. Não me apeteceu, mesmo, gozar esse momento.


Ficar só, aqui dentro, sem ter nada para gozar.







voz de impulsos eléctricos



A verdade é que odeio falar com alguém, qualquer um, pelo telefone. You just miss the big picture. And what about this nonsense of writing in english? As if i knew how to do it properly, i barely do it in portuguese...

Não, não me parece que seja do livro do Joyce.

Bom, é que, se achamos que podemos disfarçar qualquer coisa, emoção ou sentimento pelo telefone para transmitir qualquer coisa, e como o conseguimos, às vezes, também aposto que desejaríamos não menos vezes que quem nos ouve do outro lado da linha fosse capaz de perceber para que lado estamos a olhar, ou quão alegres ou frustrados estamos a dizer o que quer que seja.

É mais ou menos isto. Como é que prefiro escrever? É o time gap fundamental entre escrever aquilo que se pensa e perceber aquilo que se escreveu.

Anyway. All of this, nonsense.


24.1.10

fica para depois.





Aqui há pouco tempo alguém dizia por aí que as melhores palavras eram as que não se diziam.
Tomara eu encontrar palavras que pudesse dizer agora. Não as encontro.
E, como tenho mais que fazer do que procurar as palavras que preciso e que possa inventar para escrever, este estado azul de coisas escritas fica para depois.





19.1.10

roer as unhas





Ora mordes a tua língua, ora encostas a pontinha lá atrás nos molares, naquele buraco onde te falta um dente. Enquanto tentas não pensar demais. Quase desejas que alguém te encontre assim.



Podemos culpar alguém por se atormentar a si mesmo? Ainda que possamos até imaginar um desejo escondido de um distorcido prazer narcísico?

6.1.10

still yet



"Que guardar do tempo que passa? Que repetir quando ainda há tanto que não experimentaste? Que sentir a cada momento? Que pensar sobre o hoje e que sonhar para amanhã? Que continues a tocar, construir, moldar, existir, errar, repetir, inovar, sorrir, chorar, desesperar, acreditar... Em cada momento, a cada recomeçar..."




Gosto de receber estas mensagens únicas e tão... próprias de ti. Nem tinha o número guardado, mas soube bem quem eras.
Até para a semana.

3.1.10

media player caos

Shanendoah - The Melody at Night, With You. Keith Jarrett
Benvindo a Ti - Bom Dia. Pluto

adenda

Malogradamente (acho-lhe mais piada que infelizmente), o óbvio que se escreve ou diz quase nunca se torna realidade.
Apesar de sempre valer a pena.
É que às vezes, separo-me do mundo: eu, um pontinho na via láctea; o planeta inteiro, outro ponto algures na galáxia. E, malogradamente, nem quero saber. Apetece-me dizer que é indiferente. Apesar de não o ser. Apesar de me matar por dentro ver que ficou alguém no outro ponto da galáxia. E assim se forma um abismo. Até que, mais cedo ou mais tarde, o cosmos (e eu) realinha-se de novo. Até voltar a valer a pena sobre(viver).