26.9.10

faz-me falta*






dizer que

"só faz sentido quando te(me) tornas(torno) música."





Perdida afinal, a música.



*descobri?

que sentir





Não sei, não sei mesmo.

O que fazer.
O que pensar.
O que sentir.
Parece que há momentos em que a solidão é maior.
Parece que quero voltar costas.
Ficar só.
Não quero
ficar só.

Tenho saudades.

E não é só.


E se o copo volta a entornar? Se cair, num qualquer dia, uma gota de água a mais?
Voltarei atrás, derramando de novo letras e mais palavras para dentro de mim?


Não sei, não sei mesmo.
Parece que não sei voltar a escrever.




bom adeus




Um bom adeus é aquele em que nos despedimos com um sorriso nos lábios. Sorriso por termos encontrado, estado, e por sabermos que voltaremos. A estar, encontrar, sorrir. É dizer adeus àquelas pessoas que não estão sempre presentes, mas que vão estando connosco. E sabermos que, por mais tempo que passe, por mais que cada um siga a sua vida, quando nos reencontrarmos tudo será como dantes, como sempre é.
Gosto de saber que conheço pessoas, e que elas me conhecem por aí. Nos arredores, no país, no mundo.

É assim uma espécie de gente em continuidade.

3.9.10

domingo no mundo



Eles eram como lavas de um mesmo vulcão. Ou como ondas sísmicas. Espalhavam-se, percorriam o seu prórpio caminho, mas provinham todos de uma mesma origem, um mesmo hipocentro. Apesar de tanto caminho já percorrido, houve um dia que os fez percorrer o sentido contrário das suas vidas. E como que ouvindo um sino a rebate, todos acudiram ao mesmo hipocentro, que agora, mais visível, mais claro e urgente, se tornava em epicentro.

Tal como nós. Nós, e os outros que são também pedaços de nós, todos temos um epicentro. Pode ser qualquer coisa, uma casa, uma mesa, um lugar. Pode ser uma data, uma ocasião, um ciclo.

Por vezes, é uma pessoa.

E quando essa pessoa se perde, tudo se torna estranho e desamparado.

A lava sem um vulcão.
O sismo sem uma origem.

Os caminhos tornam-se mais vagos, aleatórios. E todos nós (nós e os outros que também são pedaços de nós) temos que nos esforçar um pouco mais por não nos perdermos, temos que nos esforçar um pouco mais por construirmos uma rede que não tenha um epicentro visível, mas que nos suporte.

A todos, juntos.



série de









férias a fumar.

é





E o que é isto?
Isto, senhores, é o fundo.

(a voltar, a voltar)