25.4.12

dormir



Não é pelos dias de sol, pelos feriados. Pelos jantares, pelos amigos. Não é pela acácia que vês ao fundo da rua, nem, sabe-se lá que mais.

Percebe, morrer é não ser visto
Foi o que aconteceu.

E agora não durmo, com medo de deixar de me ver.






21.4.12

you know, you











"can get addicted to a certain kind of sadness".
















18.4.12

série de


 
 
  



meu fogo.

 

11.4.12






dias que não valem

mesmo nada.

Especialmente depois de percebermos que era suposto valerem. 

Que 
podiam ter valido

a pena.















Há demasiadas coisas com gente por resolver.













10.4.12

ser humano




E é sempre, sempre, por aquilo que não aconteceu, que não fizemos acontecer. Da maneira que podiamos ter feito acontecer. De menos, fazemos sempre de menos. Percebemos de menos, também. Não o suficiente. Podiamos ter sido mais do que o suficiente. Mas nunca nos chegamos a (deixar-nos) transcender.

Amarramo-nos para não dar o braço a torcer. Braços torcidos. Todos, agora. Porque agora já não estamos, já não está a acontecer, já desaparecemos. Torcemo-nos de tanto não nos querermos torcer.

Deixamos de ser.
Continuamos o que não fomos o suficiente.


The moment's already passed
Yeah it's gone
And I'm not here
This isn't happening.




8.4.12

vícios




Se calhar são só coisas que se tornam em vícios. Como distinguir?

Como saber do que se sente falta?

Como identificar o que é um hábito e o que é, afinal, fundamental?

Afinal... porquê escolher.



2.4.12

és*







o meu último fracasso. Tornaste todas as minhas frases na forma negativa. E agora. A pergunta que fica, sem pontuação. Que fazer desta destruição de gramática. E a semântica. Que éramos. Significantes e conteúdos. Quem sabe agora o que se diz. Sem significados, sem pontuações, sem formas positivas. O que mais procurar. Para que lonjura caminhar. Quem sabe, em que música encontrar a prosódia certa. Sem interrogações. Não existe. Com interrogações. Existe.

Todos os finais chegaram sempre primeiro que eu. A gramática, a semântica, traiçoeiras. Apanharam-me pelas costas. Espremeram-me de significados. Esponja espremida, sem mais nada que possa escorrer. Pingar. Sem sequer um ponto de exclamação para dar.

Dói-me o pescoço. Pesa-me carregar esta névoa em forma de memória.






* com pedaços de letras, de canções.





1.4.12

série de





uma espécie de nevoeiro. Com um temporal por perto.
E tentar pedalar, ainda assim.