21.12.10

série de








cafés.
Saudades dos cafés.


casinha




Há tempos, fui passar um dia (uma noite, sejamos correctos naquilo que dizemos) ao passado. Naqueles sítios que nos são tão familiares, onde passámos tantos tempos tão importantes das nossas vidas. Estive num desses lugares. Mas apenas nesse lugar. A vida que lá havia deambulou há muito, foi-se rarefazendo...e desfazendo... e desaparecendo...

8.12.10


Ai.

Ouvir o que nos ofereceram há anos atrás. Ouvir com novidade. Descobrir novos sons escondidos. Descobrir agora novas palavras (as palavras que sempre lá estiveram). Descobrir afinal a verdadeira mensagem que nos queriam entregar, assim, dissimuladamente. Talvez nem fosse a verdadeira. Talvez só uma pequena nota, como quem pede, que se por acaso, reparares, ouve.


E canta comigo.

drive, drive, drive.





Conduzes até ao fim da linha, da estrada, do mundo. Todo o mundo a rasar as janelas. Quanto mais rasante, melhor.

E não interessa para onde, nem o que é o fim do horizonte.

É ir, é só ir.

Não voltar, claro.

Mas também, nunca, chegar.

1.12.10

isso que não é




de repente, tudo muda. A vida muda. Não sabes bem porquê, aparentemente, só porque sim. E isso faz

isso

isso, que não sabes o que é. Na realidade, no que parece ser a realidade, não há verdadeiras escolhas. Faz-se,
causa-se e tem-se um efeito. Ou acontece-se, e surge um efeito. E hoje, neste ponto, em que tudo lá fora é escuro, e só o ecrã e esta lâmpada dão luz, não sabes bem como tudo te mudou tão de repente. No meio do escuro, achas que. Não sabes o que achas. Achas só estranho. Estás num ponto tão diferente de onde estavas. E não sabes se é ali que querias estar, nesse momento, quando lá estavas antes.


Mas parece que quando tudo muda tanto e tão depressa, podemos só fazer o que quisermos. Porque não sabemos o que estamos a causar, nem o efeito que dali sairá.


Só que isso.... isso nem sempre é que pensaste. Nem sempre. Isso, que não sabes.