28.3.07




Mas talvez devesse mesmo ir contar as gotas da chuva.


Ou determinar o volume das nuvens.


Ou estimar o número de palavras que morrem no vazio.



26.3.07

floras

faunas



horas novas

Venham as vagas de frio que ainda vierem, já não há nada a fazer: entrei na época de ir apanhar sol, passear a ver o mar e enterrar os pés na areia.

25.3.07

mãos |de|composição

da joana.

curiosidade


À beira de mais uma semana cheia de curiosidades.
E de curiosos.


24.3.07

quadro

Pernas cruzadas. Na cadeira. Caneca de leite. Na mesa à esquerda. Sons. Trautear nove compassos. Dedilhá-los no ar. Cinzento. Cara apoiada no joelho.
Mãos por aí, a dedilhar em seco.
Longe, tão longe. Que estás.

20.3.07

fmi, ou como um dia pode ser uma treta boa

Já nem quero saber de outros pronomes, nem me dou ao trabalho de inventar personagens. Ninguém as percebe, mesmo. De que serve, como dizias, escrever bem, juntar os papelinhos todos e mostrá-los a pessoas (a)normais, se como dizias, não se percebe. Se é dificil imaginares um mundo que possa caber entre as palavras. Deve ser uma coisa estranha, gostar de se ler uma coisa que não se percebe.

A verdade é que todos somos capazes de tudo. Do mais belo. Do mais imbecil.
E se ontem estava uma bela tarde de sol, hoje esteve um frio muito chato. E imbecil.
Se tanto que me apetecia ontem, essa coisa de abraçar o mundo. E hoje o mundo tropeçou e deu um pontapé numa lata ferrugenta em forma de mim.


É unânime, sou para os que me interessam um bocadinho mais do que pareço. Melhor que ser um bocadinho menos. Não me pareço nada comigo.


Esqueçam lá a parte do fmi.

retornos

Não quero prever se algum dia retornar. Voltar a ter sido. Por isso me escrevo a mim, hoje. Ontem eras diferente, e precisava de te inventar em mim. Agora não interessa procurar-me, não que me tenha encontrado, mas porque não preciso saber onde estou. Não sei como são estas amarras, mas são-me. Costumava desenhar sonhos para viver entre eles. Agora desenho sonhos. E depois acordo, e vou ter com o modelo. És amarra palpável. Tento, porque o amanhã não existe de cada vez que não enfrento o hoje.
Difícil, lidar com o efeito de retorno.

12.3.07

de uma floresta



Mas não foi assim que o tempo fez este tempo. Não foi assim que ficaram as coisas. Não é este o ar que se respira. Não é assim que amanhece.
Foi assim que vi.
Mas o que vi não era real.
O que vês hoje não é o que vejo. Não é a neblina que gostava que visses.
Estou de um lado. E vês-me do outro.

11.3.07

sentai-vos

É só puxar da cadeira e ocupar um lugar na minha mesa.
Quando não se é suficientemente bem-educado para a puxar por ninguém.

7.3.07

à margem


Só te apercebes das ilusões quando elas se tornam desilusões. Quando morrem. Podes ser tu que estás nesse espelho, e nem reparares. Podes já ter-te perdido a desejar seres tu nesse espelho. Foste, e não te reconheceste. O espelho já não é o mesmo. Tornaste-te noutro, ou habituaste-te a ti.

3.3.07

p'ra lá do longe XXI


Estão inaugurados os arquivos de Março.