29.6.07

de|s|carnar



Mas que querem, que podem eles querer de ti? Que podem, se não sabem. Da comichão que sentes na nuca, da luz apontada febrilmente para ti. Que não queres apontar esse feixe branco inquisidor, mas só, tão só, deixar de...

Quanto mais luz, mais escuro. Quanto mais luzes te buscam, mais sombras crescem para te tapar.





Acontece, às vezes, sem querer.
«Music is that enterprise that stops our mind from spinning.» Ou talvez o contrário.
Às vezes apetece dar dois tiros na testa. O detentor da testa, varia.









27.6.07

quando for grande





Ainda hei-de ter um blogue assim.
Talvez não com a barra amarela.


Se alguém quiser traduzir, sinta-se à vontade.

26.6.07

pequenos nadas

Conseguiríeis vós passar uma tarde imóveis, por fora e por dentro, apenas a olhar a perpétua repetição das ondas do mar?
Eu consegui.

p'ra lá do longe XXV**

O sr. do porto. Que me piscava o olho de cada vez que rumávamos a Badajoz, no fim das férias grandes, para aproveitar os saldos na loja de que não me lembra o nome. Noutros tempos. Na mesma planície de Elvas.


** Tinha que acrescentar... "Diz que" o Sr. Sandeman (é o nome verdadeiro dele, eu cá prefiro o sr. do porto) só está em Elvas porque do outro lado da fronteira está um touro igualmente grande e metálico a olhar para ele. Puro confronto ibérico, portanto.

25.6.07

p'ra lá do longe XXIV*

À espreita.



Por entre esquinas.


Enquanto o tempo passa, voando de nada em nada.

E afinal... não há mais do que nada, no lado de cá do lado de lá.






*desta vez assim mesmo, com asterisco, e de rajada. Para passar um diazito no meu lugarejo mais pacífico, tudo o que de menos pacífico paira sobre a minha cabeça teve que cair por imagens. Mais ou menos definidas. Com mais ou menos história.
A seguir.

24.6.07

p'ra lá do longe XVIII

Querer captar o que há p'ra lá do lado de lá.

21.6.07




O ponto de onde partimos.
O mesmo onde chegámos.




Estava escuro como breu, na marginal.
Odeio fazer as viagens de regresso.

18.6.07

dúvida

Diz-me onde andas
.

Não para te dizer quem és, mas para que me digas onde és
.

repetição


É raro aprendermos. E tentamos não nos repetirmos. Mas tudo é sempre, em si mesmo, uma repetição. Repetimos os dias, repetimos as disposições, os amigos, as cores.



O passado é das piores coisas que se pode repetir. Corremos o risco de repetirmos os erros, também. E é tão raro aprendermos.

12.6.07




A vida não pára. Mesmo quando pára.



Quando para além do óbvio, nada.







(emprestada, esta foto)

7.6.07

"criar novo post"


É


uma chatice quando nã
o há "rascunhos" no blog para p



ublicar....







5.6.07

matar tempo




Vives a rotina. Até que o tempo se dilata, se expande de tal forma que já não há mais o que lá encaixar. De tão grande, não cabe a rotina, não cabe uma vida.





Porque no fundo, lá em nenhures, o tempo prende-se-te. Em coisas, sons, imagens. Em cheiros.

Em pessoas. Enquanto tudo isso, fazes tempo. Para ires embora.

anúncio de verão



Então e arraiais, e sardinhas, e febras, e sangria, e ginjinha, e música foleira, e um pé de dança, e bolhas, e encontrões, e palavrões, e colinas, e chuva miudinha, e fitas e balões, e roupa cheia de nódoas, e cheiros e fumos pestilentos, e escadinhas, e rios e risos ao luar?

4.6.07

p'ra lá do longe XXII

Já lá voltava.
Vamos embora?

2.6.07

ainda assim...



«Os nossos caminhos nunca foram rectas tangentes (não que existam, ou que não existam, mas imaginam-se), e agora pensando, talvez devessem ter sido.

Talvez possam.

São curvas e contracurvas independentes, com alguns cruzamentos e entroncamentos pelo meio. É só aí que nos somos, e tudo o resto nos escapa. Não sei em que curvas enjoas mais para te guiar por elas, e não sabes que algumas contracurvas que percorro descem ao fundo dos precipícios, sem que veja um bocado teu, sem conseguir saber se conseguirias mudar de caminho a tempo (mudarias?). Não sabemos nada, o que é o melhor princípio, e não sabemos nada para nós próprios.
Devia perguntar-te se não te apeteço,
devia dizer-te mais vezes que me apeteces.»






como se não houvesse amanhã,

não é? Mas há. Por isso é muito mais fácil dizer "azar". Depois volta-se atrás, porque amanhã há tempo para se remediar o dia de hoje.
E às vezes apetece, apetece, só.
Não haver amanhã. Não haver pessoas, coisas, tempo, não haver dias e noites. Não ter como dizer "azar", porque tudo está ali, agora. Mas é um azar que logo agora, que podia não haver amanhã, já tudo desapareceu, já todos se foram embora. E há um dia que acaba, e uma noite que começa.

e sapos a cair do céu