22.12.11

isto





é uma espécie de Natal:


"mostre lá a língua!", "tem que beber água!", "vamos limpar a vista". É isto que faz vida. As pequenas recordações. 

O repetir das mesmas palavras, nas mesmas rotinas com as mesmas pessoas. E nós, fazermos parte.
E como há gente que escreve tão bem, mas nunca o fez.









15.12.11

série de





óbvios cogumelos. Fungos que se desenvolvem sem ninguém dar por eles. Que se espalham, ramificam e permanecem. E que quando chega a época, finalmente reparamos neles. E estão em todo o lado.

São mais ou menos o mesmo que os problemas.










10.12.11

denso







nevoeiro. Adensa a realidade. Mistifica. Torna mistério a rua de todos os dias. E de repente, penso no mito de te ver passar junto ao café. Tu lá estarás, a passar junto ao café. Eu estarei algures no nevoeiro, a procurar mitos.





8.12.11

pudera eu



Tenho que ir dormir.
Já me aconcheguei a um copo de porto.
Já li as palavras que não queria, ouvi as músicas que me matam por dentro. Vi as imagens que me toldam os sentidos.


Tudo continua. Tudo, o mesmo. A mesma linha de tempo. Enrolada no meu pescoço.