28.7.05

a mania da perseguição

Eu devo ser estúpida. Se não fosse já teria percebido que é isso que toda a gente me chama entredentes, enquanto pronuncia o meu nome.

caos...zinho



Os papéis depositados pseudo-aleatoriamente no meu quarto andam a reproduzir-se.

Assexuadamente.

Por gemiparidade.

aviso à queda livre

Quando te atirares da varanda abaixo, não te esqueças que quando chegares ao chão vais parecer muito mais pesado do que alguma vez imaginaste... Chama-se aceleração da gravidade.
(Chama?)

27.7.05

tem_po

Existem claramente segundos mais demorados que outros.
Pelo menos no meu leitor de CD.
Que pode ser muita coisa, menos um bom leitor de segundos.

frases geniais, voltem, estão perdoadas

Depois de ter travado uma longa luta interior entre mim e o meu blog, cheguei à conclusão que não é preciso pensar grande coisa para espetar aqui o que quer que seja, nem acusar dissimuladamente a existência de depressões ou insónias.
Tenho o username e a password.
Ganhei-te.

a estagiária exemplar

Descobri que pode ser muito útil vislumbrar o local de trabalho da janela do quarto...dá para perceber o tempo que lá faz e se vale a pena sair da cama ou não.


Ou então é só doentio.

a sério?...


Ele há pessoas com costumes estranhos...

Não, não vou exemplificar.

24.7.05

error

Ao fim de sete meses de pura diversão, vi finalmente o écran azul das "excepções fatais" do meu computador.
Acabou o sonho, a ilusão, a fantasia. A partir de agora é sempre a descer.

a dimensão fractal

"Guardo-me dentro de mim". No escuro, ficam todos os restos de ti. À margem de tudo o resto. Uma dimensão dentro das outras dimensões. Uma prisão de tempo estático dentro da realidade demasiado veloz.
Demasiado. É demasiado para mim.


E depois há os wormholes. "buracos de minhoca". Que nos podem levar de tempo em tempo. A viajar de universo paralelo em uiverso paralelo. De fracção em fracção mais pequena. Mas é impossível voltar ao passado, pela tentação de voltar a voltar.
A não ser que o universo seja fractal.

21.7.05

resposta a um certo e determinado post




Páras, lavas os ténis e pões-te ao caminho. Outra vez. E outra vez se for preciso.
Quem disse que o método da tentativa e erro não era válido para viver?

(Ando a responder muito a posts alheios...)

rastos



Fica um rasto qualquer. Fica sempre. Fica sempre qualquer coisa. Qualquer coisa que não serve para nada.
O que é que se faz com restos de luz?

18.7.05

rabujices

Quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir quero dormir
E acordar-me um dia destes. Mas do lado do avesso.
Pode ser?

17.7.05

inconscientemente

Mentem. Mentem com todas as suas forças. Mentem indelevelmente, mentem insuspeitadamente. Não que gostem, que queiram ou que pensem que alguém precise, mas porque acham que é a maneira mais fácil de viver. E é o que lhes permite respirar neste mundo que dizem que não foi feito à sua medida.

Mentem até se tornarem verdadeiros. Até serem o que quiserem e voltarem a não gostar no que se tornaram.

Tudo bem. Ou quase.


*ah, e hoje ganhei uma foto catita, além de umas potenciais nódoas negras...*

vice e versa

A felicidade abalou para lá do longe. Em vez dela, fiquei eu.
Ou será
A tristeza abalou para lá do longe. Em vez dela, fiquei eu.
Fiquei
Eu?

16.7.05

pelo sim, pelo não





Não sei, mas não me apetece. Não é falta de vontade, não é falta de gratidão, não é preguiça. Não é não gostar. Não é não sentir. É simplesmente não ter nada para deixar aqui hoje. Mas porque mesmo assim não me esqueço (mesmo que disfarce muito bem) deixo cá uma pequena amostra da última terça-feira (como podia ser uma amostra de um sábado, uma segunda feira, um domingo ou qualquer outro dia bom).

14.7.05

podes ir

Até que um dia repouse por fim a serenidade numa margem de flores de primavera. E, leve, contemple a paz do infinito horizonte.
Deixa-te ir onde quer que o vento te leve. E abre os olhos. E respira fundo.

dança comigo

Não percebes? Ainda bem. É sinal que haverão outros depois de ti a não perceber.
Pudesse um dia escrever em frases o que ouço na forma de sentidos e seria uma gota cristalina da mais pura água. Porque enquanto escrevo o que não sinto, só tenho cada nota de música que ouço para mim.
Só isso.
Hoje vou adormecer a dançar ao som deste violoncelo tão belo que mais ninguém ouve.
Cá dentro. Para que ninguém se espante.

11.7.05

coisas de gajas


Lá fiz asneira...outra vez. Não aguentei e cortei as unhas. Que se dane o verniz. Ganhei tempo (para anhar) que ia perder (em coisas de gaja).

Agora já não posso pintar flores nos dedos...

9.7.05

resposta

"... medo, razão, loucura, vontade (responde)..."
S.
Por desconhecer-te.
Por desconcertar-te sem sequer saber como.
Por ignorar as marcas que vou deixando, por não imaginar tampouco que possam amarrar alguém.
Amarrar o sonho. A ilusão. A desilusão.
Por provocar o medo em ti.
Porque te escondes e nada me diz que te devo procurar. E tu não mo mostras.
Porque danças esse tango quente de inverno languidamente. E bebes dessa música rara que te sustenta.
Por não saber que essa música pode também ser minha. Nunca me perguntaste se gostava de tangos. Que, sabes, essa música que bebes é rara, eu sei. Porque quando te olho vejo nos teus olhos os pedaços perdidos de música que te sustentam. Escondidos entre os demais restos teus.
Por nunca te ter pedido para procurares esses restos em mim.

olheiras


Sim, eu já deixei de dormir há umas semanas. Parasitas não precisam disso. Agora, só durmo enquanto estou acordada.

8.7.05

o cubo mágico

Odeio ser aquele pedaço de acrílico transparente de segunda que toda a gente pensa que não sou. Odeio ser o iceberg meio submerso que ninguém sabe que sou. Mas não me odeio a mim mesma.
Estranho.
E achas bem seres um pedaço de plástico transparente por onde tudo passa e se vê, mas nada fica nem se revê? Sensação de imobilidade... e perenidade.
E no entanto não é mentira. Ver o mundo a passar à minha frente e não conseguir, não tentar, não forçá-lo a parar para entrar nele.
Só que entre um dia e outro, alguém se diverte a fazer girar o cubo como um pião e afinal hoje já não sou transparente. Hoje sou verde.
Verde-alface
Verde-tartaruga
Verde-post-it.
Ah... e verde-clorofila, claro, cor essencial do anhanço ao Sol.

e hoje choveu-me uma caneta

Parece que dá resultado mandar umas frases para o espaço virtual de vez em quando. Depois, logo a seguir, chovem umas coisas verdes com uma risca laranja e bichezas várias e rabiscos de diversas tonalidades e sentidos. Chovem sons agradáveis ao ouvido e à alma, capazes de nos fazer viajar. E também chovem sóis, e sorrisos e motivações.
Agora tenho um instrumento de escrita à séria, será que este blog aguenta?

7.7.05

não é uma auto-estrada...


Olhem que belo caminho perdido que nunca cheguei a percorrer. Que nunca cheguei a ver. Que nunca reparei. Olhem o caminho que ficou esquecido no baú e que hoje, mesmo antes de acabar o dia, olhei.
Por fim.

6.7.05

sossego

Olha que porra, gosto mesmo de músicas deprimentes e sim, oiço-as em todo o lado e canto-as sempre cá dentro. E sim, é como a história do desassossego que a outra contou, mas isso não me impediu de dar umas boas gargalhadas no cinema. Afinal quem consegue não se rir quando uma mulher está a esquartejar um cadáver para o icinerar a seguir?

5.7.05

mais uma


A realidade é sempre mais inverossímil que a ficção. Só assim podemos encenar os nossos papéis o melhor que sabemos. "Com convicção..."

4.7.05

como personalizar um livro

Com um marcador de livros. Exemplos.
Postais de aniversário postais de Natal postais gratuitos contas de café contas de lanche bilhetes do metro bilhetes da cp bilhetes da carris bilhetes de expresso panfletos publicidade folhas de rascunho folhas de exame recibos de propinas exames médicos cartas programas de concertos bilhetes de cinema bilhetes de teatro lápis clips ganchos (para cabelo) cantos dobrados. Ou memorizando a página para dar a impressão que se vai abrindo o livro ao calhas. Ou abrindo mesmo o livro ao calhas.
Isto é que é personalidade literária.

segunda-feira.

Ah. Ou então se calhar era só mais um incêndio.

segunda-feira.


Vento forte.

Parece que vai passar uma tempestade de areia.

3.7.05

partituras várias


Enquanto se ouvem sentimentos. Enquanto se ouve a música. Frases soltas. Coisas soltas. E sempre do mesmo modo. Não. Não será assim. Não sei como será, porque gostaria que assim fosse, e " assim não pode ser", porque eu sei que não será assim.
Cala-me, música.

1.7.05

É preciso que a loucura se entranhe em mim para que dela devolva a racionalidade.
É perigoso, também.