fresquinho

Ora eu, que sou pessoa para NUNCA tomar banho de água fria (a não ser que não exista qualquer outra alternativa - sim, sacos de chuveiro de campismo a aquecer ao sol contam Sim, água a aquecer numa panela ao lume também)

mal cheguei a casa hoje e

pimba.


E sim, tenho um esquentador em casa.
Não, o gás da botija não se acabou.


É isto, o calor que eu passei hoje.

desculpa

as interrupções no trabalho, mas isto de ter a janela aberta dá para ir dando conta de algumas coisas. Deu ainda agora, por exemplo, para sentir entrar pelas narinas dentro um cheiro, aquele cheiro de tarde de Verão, a uma espécie de mistura de calor com madeira, talvez com pinheiros, ou sobreiros, às tantas eucaliptos, ou mesmo com alguma pitada de fogo de verão, um cheiro pouco descritível, meio abafado mas muito libertador, que me fez viajar brutalmente num nanossegundo até um tempo remoto qualquer, um tempo que se gastava no quintal da casa da avó (de qual delas? de ambas?, não me lembro) a coca-bichar (de coca-bichinhos, não inventes mais!) e fazer disparates pela looonga tarde fora.

(grande frase...)

é nisto

senhores,
que dá um dia de calor infernal. Um bom passeio pela praia pela noitinha, com direito a ensaios fotográficos (not) e caipirinhas (yes).
Como dizia a outra: passear contigo...

sempre, o tempo

A sucessão de realidades, o passar de uma coisa para outra, de um lugar para outro, o ver uma cor transformar-se, p-a-s-s-a-r, v-e-r, é isto o tempo. O tempo, maldição das maldições, é tudo. A morte pode ser um acontecimento na vida, mas é o tempo que a domina. Podemos escolher ser ou não dominados pela morte, mas nada podemos sobre o tempo.

E é, para mim, isto mesmo que o tempo faz: apaga as sombras que me rodeiam, aclara-as lentamente, num processo minucioso e discreto, até fazer-me capaz de confundir o que foi sombra, o que foi presença.

(por isso, talvez, não há fotografias na minha casa. Para não correr o risco de acontecer como naquela fotografia do "regresso ao futuro")