28.11.11
Porque é na cabeça que tens os cheiros. É na cabeça que te aparecem as cores, que se formam as imagens. É lá que guardas os sabores. Que associas. Que desenvolves, resolves, calculas. É na cabeça que tens os arquivos.
Pena quando a cabeça não funciona e parece desfazer-se em papa.
Bem, sobra-te sempre...
um coração.
26.11.11
reflexos de água.
dos contrastes.
das coisas que pairam no ar.
os frios cinzentos.
a violência de uma pedra.
deitada no chão, com eternas saudades.
as gotas
com os seus reflexos de água.
para não ser
Tem dias em que a vida é uma sucessão de saudades e melancolias. Em que tudo vem do passado e, claro, vai para o passado.
Vimos,
cheiramos,
ouvimos.
assim seja
"Hoje a chata da Jo
queixou-se de encontrar isto sem conteúdos novos. Fiz-lhe a vontade e expliquei: falta-me tempo para aparecerem conteúdos. Tenho dito. Vou
procurar tempo."
14.11.11
virus
Clarões de luz batem na janela. Finjo que não os oiço. Os trovões estremecem, e eu finjo que ignoro os pêlos eriçados do gato. Pedem-me que descreva o que sinto.
Não sei bem o que é.
Um fio de dor a escorrer do sobrolho esquerdo. Um beliscão dormente no pulso direito. Chuva nos meus olhos e raios e trovões dentro de mim.
Não sei bem o que é.
É tarde, e longe. Talvez só saiba o que foi, quando amanhecer um dia um sol que arraste atrás de si um céu azul.
Ainda é Outono.
11.11.11
onze do onze
Dia de S. Martinho. Sem uma castanha crua. Sem uma água-morna, um copo que seja.
Shocking. Traduzindo, estou para chocar alguma.