31.3.13
23.3.13
ah,
a decadência.
De não haver nada onde te agarrares, a não ser a um copo e uma garrafa de vinho na mesa.
21.3.13
dia 21
Ás vezes, são as coisas simples.
Bom, são quase sempre.
O que marca.
O que faz falta.
Doce.
Brisa.
Cheiro.
Teu calor.
As primeiras flores da primavera, os primeiros raios de sol. Aquele cheiro do calor que o dia está a preparar.
O tempo fazer-se tempo.
Despreocupar-me.
A luz.
Os dias a dilatar-se.
Mar.
Peixe.
Sal na pele.
Deixar de tocar em lá menor.
Coisas simples.
11.3.13
é óbvio
Não percebo,
é normal uma pessoa deixar de ser interessante?
Ou, talvez, deixar de ter coisas interessantes a dizer?
Que desista de dizê-las?
E se deixe estar, ver as palavras passar à sua frente?
É cansaço, é desilusão?
Engano,
ou é só escuridão?
A indiferença não interessa a ninguém?
Nem uma curiosidadezinha desinteressada?
E a escuridão, tão atraente, deixa de interessar?
Sobra o quê, então?
Alguma coisa tem que sobrar, sempre, as coisas não desaparecem (só se transformam, o outro é que sabia).
6.3.13
quando tudo é
silêncio.
Suspendem-se os momentos, os movimentos abrandam.
(Des)entropia.
Fechas os olhos.
Quanto tudo é, enfim, silêncio, não existo eu, não existe o tu. Ficam as massas dos corpos retidas, reféns de um som, de uma frequência, de algo que devolva por fim a rotação aos dias.
Que te devolva ao tu com que enches de ruído.