o blog sem nome.: setembro 2006

pax

Para quê tanta buzina, ora não se vê logo que se toda a gente ouvisse Nirvana e outras bestialidades que tais às 7.30h em vez de programas da manhã, o mundo seria um lugar muito mais feliz?

mas que dúvidas?

Como é que se chama àquela sensação de se nos parecer que há algures qualquer coisa que nos tolhe, constrange, enfim que nos deixa de mãos atadas?

Ser atado? Tarado? Ah, maniatado.

Agora de repente fez-me lembrar o estelionatado.

Sem ter nada a ver. Ah, a fazer.

ainda não. ainda não.

assim que o tempo deixe de soar como um disco riscado e comece a correr vertiginosamente, como sempre corre, para a frente.

ou para trás.

Que te importa, que me pode importar.

Este blog(ue) tem os dias contados.

tu.

p'ra lá do longe XII

Água. Ou em indiano do Sri Lanka, Water.

o que eu queria

Era saber que antes de o ser já o tinha sido, era ir andando por estradas verdes de árvores e azuis de mar, em curvas e contra-curvas até chegar enjoada lá ao cimo da Terra, era levantar as saias e puxar as meias quando bem me apetecesse, era parar num semáforo verde só para escutar a tua música, era poder pegar nessas mãos a propósito de nada, era não saber onde estou nem me importar com isso porque haveria sempre uma cama e uma refeição mais cedo ou mais tarde, era atender o telefone a jurar que andava um touro de um só olho a passear pela sala como se desde sempre tivéssemos criado touros cá em casa, era encontrar-vos sem vos esperar, sem sequer me lembrar dos vossos nomes e mesmo assim sentir a vossa falta como se não voltasse a acordar amanhã, como se não voltasse a sentir o Sol a queimar-me as costas nem aquelas letras a arrepiar-me a pele, como se de repente tudo se desvirtuasse e, sem mais, reparasse na queda livre em que me meti sem entender de que abismo me atirei.

Mas nada disso interessa.
Ninguém sabe. Sshhiu.

paralelismos

mais um comentário daqueles

...tão bonitinho que até enjoa:

"Faz aquilo que realmente te apetece. Mas fá-lo sem espectativas. Sem esperar o que vem a seguir. Porque só se conhece o futuro no presente. Só não deixes de o fazer. Ou o presente não terá valor quando chegar ao passado."

Tenho mesmo jeito.

proposta II

Cada vez penso menos e nem por isso vou deixando de existir.

Quando é que desapareces?

proposta

Rói-te de ciúmes. Até caires para o lado.

Quando é que desapareço?

tardes

Duvida, por momentos, de si mesmo. Da realidade. Não sabe o que achar do céu azul, já não acredita na sua memória, não entende as suas convicções. O que pensa não é de fiar.

Cinco horas.
Bebe um chá e duvida que alguma vez tenha fervido a água.

Deixa marinar a angústia em aparente fleuma.

E enquanto sorve mais um gole, decide qualquer coisa vaga como ir à procura da sua indentidade.

the space between*

Num momento, num qualquer, naquele, por acaso, por destino, sem razão, sem intenção, sem desejo, sem ninguém por perto, sem conseguir calar, sem deixar de sentir, sem saber, sem querer, sem pensar, por pensar, demais, porque sim, porque não: o nada.

Sou o vazio.

Existe um espaço entre nós?

*de novo, sem melhor título se não o que estou a ouvir.não que me agrade.

círculos

Perfeitamente viciantes. Ninguém se lembra de ter alguma vez saído de algum. E mesmo que quisesse, como, por onde, quando?

Não há memória que testemunhe alguém sair de um.

Não reza a história de nenhuma quebra, ponto, linha, raio de coisa nenhuma interferente.

Nada.

Só uns enjôos uma vez por outra. De tanta volta seguida.

Vícios.

erro.

longe

Sim, de verdade.
Só eu e as estrelas.
E o cheiro a carvão.
E à acidez das searas.
Só no último tempo, um risco no céu.
Só mais um.
Um desejo.
Te.
...?